Palestinos denunciam construção de mais 5200 casas em colonatos israelitas em Jerusalém Oriental ocupada

A decisão do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de aprovar a construção de 5200 novas casas nos colonatos ilegais de Givat Hamatos e Har Homa, a sul de Jerusalém, foi condenada por Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina.

O anúncio das novas construções em Givat Hamatos e Har Homa vem somar-se à preparação de um plano director para a construção de 9000 novas casas para colonos no antigo aeroporto de Qalandia, a norte de Jerusalém.

O colonato de Har Homa foi criado nos anos 90 — depois e em oposição aos Acordos de Oslo — em Jerusalém Oriental ocupada, em terras confiscadas aos habitantes palestinos de Umm Tuba.

Quanto ao colonato de Givat Hamatos, a sua construção isolaria o bairro palestino de Beit Safafa das áreas palestinas a sul de Jerusalém, tornando impossível a divisão da cidade, cuja parte oriental — ilegalmente ocupada por Israel desde 1967 — é reivindicada pelos palestinos como capital do seu futuro Estado independente.

Segundo a organização israelita Peace Now, que se dedica à monitorização dos colonatos, o projecto de Givat Hamatos representa «um duro golpe para a solução de dois Estados», pois interromperia «a continuidade territorial entre Belém e Jerusalém Oriental».

O porta-voz presidencial palestino, Abu Rudeineh, declarou que a insistência de Netanyahu em construir milhares de novas casas de colonos nos territórios do Estado palestino «é uma destruição sistemática da solução de dois Estados».

Abu Rudeineh fez ainda notar que estas tentativas de Netanyahu de ganhar os votos dos partidos de extrema-direita nas eleições do próximo dia 2 de Março — as duas anteriores não lograram uma maioria que permitisse a formação de um governo — não conduzirão à  paz e à estabilidade.

«Os actuais anúncios de colonatos israelitas representam a aplicação do Plano Trump, o que exige uma acção internacional urgente para dissuadir Israel e os EUA das suas contínuas violações ao direito e à ordem internacionais», afirmou por seu lado Saeb Erekat, secretário-geral do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina.

«O governo de Trump», prosseguiu Erekat, «agora está em parceria com Israel, através do comité de anexação recentemente formado, com os seus novos anúncios para mais construção e expansão dos colonatos israelitas ilegais em terras pertencentes ao Estado da Palestina. Essas actividades ilegais apenas consolidam a anexação de facto por Israel das nossas terras no sentido de publicar novas ordens coloniais para legalizar ainda mais o roubo de terras e a negação da nossa história, direitos e humanidade.»

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