ONU enviou carta de advertência a 150 empresas por fazerem negócios em colonatos israelitas

O Comissário dos Direitos Humanos da ONU começou há duas semanas a enviar cartas para 150 empresas de Israel e do mundo inteiro, advertindo-as de que estão prestes a ser incluídas numa base de dados de empresas que fazem negócios nos colonatos israelitas da Margem Ocidental e de Jerusalém Oriental ocupadas, noticiou o jornal israelita Haaretz, citando anónimos altos funcionários israelitas e diplomatas ocidentais.
As cartas enviadas por Zeid Ra'ad Al Hussein dizem que essas empresas estão a realizar negócios nos «territórios palestinos ocupados» e poderiam por isso vir a integrar a lista negra da ONU de empresas que actuam em violação «do direito interno e decisões da ONU».
Um diplomata ocidental observou que, das 150 empresas, cerca de 30 eram estado-unidenses, havendo várias de países como a Alemanha, Coreia do Sul e Noruega. Metade são empresas israelitas.
O jornal Washington Post noticiou em Agosto que a Caterpillar, a Priceline.com, a TripAdvisor e a Airbnb são algumas das empresas estado-unidenses que receberam cartas. Segundo a mesma notícia, a administração Trump está a tentar impedir a publicação da lista.
Várias empresas destinatárias das cartas terão já respondido ao Comissário para os Direitos Humanos que não tencionam renovar contractos ou assinar novos contractos em Israel. Deste modo, já estará a tornar-se realidade o receio de Israel de ver concretizar-se um desinvestimento ou redução de negócios devido à lista negra.
Em Março de 2017, a Comissão de Direitos Humanos da ONU aprovou, apesar da enorme pressão dos EUA, uma resolução no sentido de ser elaborada uma base de dados de empresas israelitas e internacionais que directa ou indirectamente têm actividade na Margem Ocidental, Jerusalém Oriental ou Montes Golã, territórios ocupados por Israel desde 1967.
 
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