OMS: Relatório de Situação de Emergência nos Territórios Palestinos Ocupados #19
Em GAZA, até às 13 horas de 29 de Dezembro de 2023, a Organização Mundial de Saúde registou 21.110 pessoas mortas (70% mulheres e crianças), 55.243 pessoas feridas, 7000 pessoas desaparecidas ou soterradas nos escombros e 1,93 milhões de pessoas deslocadas (85% da população).
Funcionamento e Acesso a Cuidados de Saúde. Só 36% dos hospitais estão a funcionar (13 em 36) e 5,5% estão com capacidade extremamente limitada (2 em 36). Estão a funcionar 3 Hospitais de Campanha (Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Rafah). Estão a funcionar 26% dos centros de cuidados primários de saúde (19 em 72).
922 feridos e doentes e 772 acompanhantes foram evacuados para o Egipto. Foi imposto o isolamento do Norte de Gaza e da Cidade de Gaza em relação aos distritos do Sul com ordens de evacuação e há uma disrupção na vigilância sanitária.
Há uma falta crítica de combustível e energia, água, alimentos, medicamentos e equipamentos médicos (anestésicos, antibióticos, soro, analgésicos, insulina, sangue e plasma) e regista-se uma ruptura na operação de equipamentos dependentes de electricidade (monitores, ventiladores, incubadoras, equipamento de RX e TAC, equipamentos de análise e de anestesia).
Há uma situação de elevado risco para a saúde pública, com 1,9 milhões de pessoas em abrigos da UNRWA onde 486 pessoas partilham uma instalação sanitária em Rafah.
Necessidades e Riscos para a Saúde. Regista-se 59 a 89% de redução do consumo de água em relação ao período anterior ao conflito.
Há um risco iminente de propagação de doenças infecciosas. Desde meados de Outubro registaram-se 179.003 casos de infecções respiratórias agudas, 136.418 casos de diarreia (70.753 em menores de 5 anos), 28.6055 4726 casos de sarna e piolhos, 38.010 casos de erupções cutâneas, 5330 casos de varicela, 4683 casos de icterícia.
No que respeita à saúde materno-infantil, a OMS regista 52.000 mulheres grávidas (183 nascimentos diários; 5500 bebés nascidos no último mês), 130 bebés prematuros dependentes de incubadora (61% das incubadoras estão no Norte, dependentes de electricidade).
Estão identificados pacientes com condições crónicas: 1100 dependentes de hemodiálise, 71.000 diabéticos, 225.000 hipertensos, mais de 485.000 pessoas com problemas de saúde mental, mais de 2000 pessoas diagnosticadas anualmente com cancro, incluindo 122 crianças, mais de 45.000 pacientes com doenças cardiovasculares.
Ataques a instalações de saúde. 294 ataques causaram 600 mortos, 764 feridos, 65 profissionais de saúde detidos. 94 instalações danificadas, entre as quais 26 hospitais, e 76 ambulâncias atacadas, ficando 38 danificadas.
CISJORDÂNIA E JERUSALÉM ORIENTAL. No mesmo período (até às 13 horas de 29 de Dezembro), a OMS registou 304 mortos, 3812 feridos e 1208 pessoas deslocadas à força num contexto de violência de colonos, demolições na Área C e em Jerusalém Oriental (429), e demolições punitivas (95).
Há um aumento da violência de colonos e militares, incluindo ataques aéreos e fogo real, bloqueio total em postos de controlo entre cidades palestinas e cerco a várias localidades.
Necessidades e Riscos para a Saúde. O aumento do número de feridos pressiona a necessidade de material de primeiros socorros nos hospitais. Mais de 270 pacientes da Cisjordânia necessitam de acesso a cuidados médicos em Jerusalém Oriental e em Israel. 5491 pessoas deslocadas de Gaza para a Cisjordânia põem pressão adicional no sistema de saúde.
Funcionamento e Acesso a Cuidados de Saúde. Israel impõe uma restrição do acesso a doentes, pessoal de saúde e ambulâncias devido a encerramento de postos de controlo, restrições de movimentos e ataques ao sistema de saúde.
Ataques a instalações de saúde. No período do relatório verificaram-se 276 ataques que causaram 7 mortos e 48 feridos. 24 instalações de cuidados de saúde foram afectadas. 205 ambulâncias foram afectadas, com 180 casos de acesso obstruído, 149 casos de uso de força, 42 detenções e 41 buscas por militares.
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