OMS: Relatório de Situação de Emergência nos Territórios Palestinos Ocupados #16

Até às 15 horas de 7 de Dezembro de 2023, a Organização Mundial de Saúde registou em GAZA 17 487 pessoas mortas (70% mulheres e crianças), 46 480 pessoas feridas, número indeterminado de pessoas desaparecidas ou soterradas nos escombros e 1,9 milhões de pessoas deslocadas (85% da população).

No que respeita ao funcionamento e acesso a cuidados de saúde, só 39% dos hospitais estão a funcionar (14 em 36) e 8% estão com capacidade extremamente limitada (3 em 36). Estão a funcionar 2 Hospitais de Campanha (Jordânia e Emirados Árabes Unidos). 29% dos centros de cuidados primários de saúde (21 em 72) estão a funcionar.

611 feridos e acompanhantes médicos foram evacuados para o Egipto. Foi imposto o isolamento do Norte de Gaza e da Cidade de Gaza em relação aos distritos do Sul com ordens de evacuação e há uma disrupção na vigilância sanitária. Há uma falta crítica de combustível e energia, água, alimentos, medicamentos e equipamentos médicos (anestésicos, antibióticos, soro, analgésicos, insulina, sangue e plasma e regista-se uma ruptura na operação de equipamentos dependentes de electricidade (monitores, ventiladores, incubadoras, equipamento de anestesia).

Há uma situação de elevado risco para a saúde pública, com 1,2 milhões de pessoas (de entre 1,9 milhões de deslocados) em abrigos da UNRWA onde 700 pessoas partilham uma instalação sanitária.

Regista-se 59 a 89% de redução do consumo de água em relação ao período anterior ao conflito.

Há um risco iminente de propagação de doenças infecciosas. Desde meados de Outubro registaram-se 129 230 casos de infecções respiratórias agudas, 94 858 casos de diarreia (48 698 em menores de 5 anos), 28 606 casos de sarna e piolhos, 24 355 casos de erupções cutâneas, 2703 casos de varicela, 1126 casos de icterícia.

No que respeita à saúde materno-infantil, a OMS regista 52 000 mulheres grávidas (183 nascimentos diários; 5500 bebés nascidos no último mês), 130 bebés prematuros dependentes de incubadora (61% das incubadoras estão no Norte, dependentes de electricidade).

Estão identificados pacientes com condições crónicas: 1100 dependentes de hemodiálise, 71 000 diabéticos, 225 000 hipertensos, mais de 485 000 pessoas com problemas de saúde mental, mais de 2000 pessoas diagnosticadas anualmente com cancro, incluindo 122 crianças, mais de 45 000 pacientes com doenças cardiovasculares.

213 ataques a instalações de saúde causaram 565 mortos, 732 feridos, 56 instalações danificadas, entre as quais 24 hospitais, e 59 ambulâncias atacadas, ficando 35 danificadas.

No mesmo período (até às 15 horas de 7 de Dezembro), NA CISJORDÂNIA E EM JERUSALÉM ORIENTAL, a OMS registou 266 mortos, 3250 feridos e 1014 pessoas deslocadas à força num contexto de violência de colonos, regulamentos de construção discriminatórios na Área C e em Jerusalém Oriental, e demolições punitivas.

Há um aumento da violência de colonos e militares, incluindo ataques aéreos e fogo real, bloqueio total em postos de controlo entre cidades palestinas e cerco a várias localidades.

O aumento do número de feridos pressiona a necessidade de material de primeiros socorros nos hospitais. Mais de 270 pacientes da Cisjordânia necessitam de acesso a cuidados médicos em Jerusalém Oriental e em Israel. 5491 pessoas deslocadas de Gaza para a Cisjordânia põem pressão adicional no sistema de saúde.

Israel impõe uma restrição do acesso a doentes, pessoal de saúde e ambulâncias devido a encerramento de postos de controlo, restrições de movimentos e ataques ao sistema de saúde.

No período do relatório verificaram-se 236 ataques a instalações de saúde que causaram 6 mortos e 42 feridos. 20 edifícios de cuidados de saúde foram afectados. 176 ambulâncias foram afectadas, com 142 casos de acesso obstruído, 126 casos de uso de força, 32 detenções e 28 buscas por militares.
 

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