OMS: Relatório de Situação de Emergência nos Territórios Palestinos Ocupados #13

Até às 17 horas de 15 de Novembro de 2023, a Organização Mundial de Saúde registou em Gaza 11 078 pessoas mortas (55% sexo masculino, 45% sexo feminino, 41% crianças), 27 490 pessoas feridas (66% sexo masculino, 34% sexo feminino, 33% crianças), 2700 pessoas desaparecidas ou soterradas nos escombros, das quais 1500 crianças, e 1,5 milhões de pessoas deslocadas.

No que respeita ao funcionamento e acesso a cuidados de saúde, 69% dos hospitais (25 em 36) não funcionam, 65% dos centros de cuidados primários de saúde (47 em 72) não funcionam, é impedida a entrada e saída de pessoal e ajuda humanitários e há falta de segurança no acesso de pacientes e pessoal de saúde a hospitais do Norte de Gaza.

132 feridos e 102 acompanhantes foram evacuados entre 1 e 9 de Novembro e foi imposto o isolamento do Norte de Gaza e da Cidade de Gaza em relação aos distritos do Sul com ordens de evacuação

Há uma disrupção na vigilância sanitária, há uma falta crítica de combustível e energia, água, alimentos, medicamentos e equipamentos médicos (anestésicos, antibióticos, soro, analgésicos, insulina, sangue e plasma e regista-se uma ruptura na operação de equipamentos dependentes de electricidade (monitores, ventiladores, incubadoras, equipamento de anestesia).

Há uma situação de elevado risco para a saúde pública, com 795 500 pessoas (de entre 1,5 milhões de deslocados) em abrigos da UNRWA onde 160 pessoas partilham uma instalação sanitária e 700 pessoas partilham um chuveiro.

Regista-se 66 a 96% de redução do consumo de água em relação ao período anterior ao conflito e há 400 toneladas diárias de lixo acumuladas nos campos de refugiados superlotados.

Há um risco iminente de propagação de doenças infecciosas. Desde meados de Outubro registaram-se 71 224 casos de infecções respiratórias agudas, 44 402 casos de diarreia (22 554 em menores de 5 anos), 10 952 casos de sarna e piolhos, 14 195 casos de erupções cutâneas, 808 casos de varicela, 355 casos de icterícia.

No que respeita à saúde materno-infantil, a OMS regista 52 000 mulheres grávidas (183 nascimentos diários; 5500 bebés nascidos no último mês), 130 bebés prematuros dependentes de incubadora (61% das incubadoras estão no Norte, dependentes de electricidade).

Estão identificados pacientes com condições crónicas: 1100 dependentes de hemodiálise, 71 000 diabéticos, 225 000 hipertensos, mais de 485 000 pessoas com problemas de saúde mental, mais de 2000 pessoas diagnosticadas anualmente com cancro, incluindo 122 crianças, mais de 45 000 pacientes com doenças cardiovasculares.

152 ataques a instalações de saúde causaram 534 mortos, entre os quais 16 trabalhadores de saúde de serviço, 666 feridos, entre os quais 38 trabalhadores de saúde de serviço, 42 instalações danificadas, entre as quais 23 hospitais, e 38 ambulâncias atacadas, ficando 31 danificadas.

No mesmo período (até às 17 horas de 15 de Novembro), na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, a OMS registou 197 mortos, 2700 feridos e 1149 pessoas deslocadas à força num contexto de violência de colonos, regulamentos de construção discriminatórios na Área C e em Jerusalém Oriental, e demolições punitivas.

Há um aumento da violência de colonos e militares, incluindo ataques aéreos e fogo real, bloqueio total em postos de controlo entre cidades palestinas e cerco a várias localidades.

O aumento do número de feridos pressiona a necessidade de material de primeiros socorros nos hospitais. Mais de 270 pacientes da Cisjordânia necessitam de acesso a cuidados médicos em Jerusalém Oriental e em Israel. 5491 pessoas deslocadas de Gaza para a Cisjordânia põem pressão adicional no sistema de saúde.

Israel impõe uma restrição do acesso a doentes, pessoal de saúde e ambulâncias devido a encerramento de postos de controlo, restrições de movimentos e ataques ao sistema de saúde.

No período do relatório verificaram-se 170 ataques a instalações de saúde que causaram 22 feridos entre trabalhadores de saúde de serviço. 139 ambulâncias foram afectadas, com 95 casos de acesso obstruído, 95 casos de uso de força, 23 detenções e 13 buscas por militares.

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