O MPPM condena os ataques à Síria
O MPPM condena de forma veemente os ataques militares dos EUA e de Israel contra a Síria.
Nos últimos três dias de Fevereiro, aviões norte-americanos bombardearam a zona de fronteira entre a Síria e o Iraque, enquanto Israel lançou um ataque de mísseis contra a região de Damasco.
Trata-se de acções de guerra claramente violadoras do direito internacional e da soberania da República Árabe Síria, que é vítima desde 2011 de uma agressão patrocinada, armada e financiada, entre outros, por esses mesmos países.
Acresce que Israel ocupa, há mais de meio século, os Montes Golã sírios, enquanto os Estados Unidos da América mantêm, ilegalmente e contra a vontade expressa do governo internacionalmente reconhecido da Síria, tropas de ocupação no Nordeste da Síria – com o objectivo explicitado pelo ex-Presidente Trump de «ficar com o petróleo» –, bem como no Sul, onde construíram a base militar de Al Tanf.
Os Estados Unidos impuseram ainda rigorosas sanções contra a Síria, com evidentes consequências para o seu povo, a sua economia e o combate que o governo desse país trava contra bandos fundamentalistas de cariz terrorista.
Os ataques militares dos Estados Unidos são a primeira acção militar da nova administração Biden e ocorrem num quadro em que são manifestas as suas hesitações em reverter a violação do acordo nuclear com o Irão.
Somam-se, por outro lado, à confirmação de que a nova administração dos EUA manterá a decisão ilegal de reconhecer Jerusalém como capital do Estado de Israel.
No seu conjunto, estas acções confirmam um rumo reiterada e aberta violação do direito internacional e deixam claro que, entre as administrações Trump e Biden, pelo menos no que à região do Médio Oriente diz respeito, há mais continuidades do que os discursos à primeira vista sugerem.
Décadas de guerras patrocinadas pelos EUA e seus aliados pelo controlo dos enormes recursos do Médio Oriente conduziram a região a uma dramática situação.
A banalização de reiteradas e claras violações do direito internacional é uma inequívoca ameaça à paz internacional.
É imperioso travar esse curso e regressar imediatamente aos princípios de relacionamento internacional constantes da Carta da ONU.
O MPPM reclama do Governo português uma clara condenação de qualquer agressão militar contra a soberania e integridade territorial da Síria.
3 de Março de 2021
A Direcção Nacional do MPPM