O Essencial Sobre a Questão Palestina
Em meados do século XIX a Palestina tinha meio milhão de habitantes. Falavam árabe e na sua maioria eram muçulmanos, mas havia igualmente importantes comunidades de outras confissões religiosas, cristãs e judaicas.
As sucessivas vagas de imigrantes europeus judeus e a criação do Estado de Israel (1948), com a violência de que foram acompanhadas, criaram uma população de mais de sete milhões de refugiados ou deslocados palestinos, confinando os que ficaram a uma parcela reduzida do seu território histórico ou reduzindo-os à condição de cidadãos de segunda dentro do Estado de Israel.
A Questão Palestina não é um conflito israelo-palestino, ou sequer uma querela religiosa. É uma história de violência sobre o povo palestino, de limpeza étnica e ocupação do seu território, de apropriação dos seus recursos, de violação dos seus direitos humanos. Mas é também a história da resistência heróica de um povo pela afirmação da sua identidade nacional, assente numa cultura milenar, e da luta pelo reconhecimento dos seus direitos históricos e políticos.
Com o livro «O Essencial Sobre a Questão Palestina», que aqui reproduzimos na sua segunda edição revista e aumentada, procuramos transmitir o conhecimento essencial sobre a Questão Palestina, despertando no leitor o interesse por querer saber mais sobre um drama que pesa fortemente na consciência da comunidade internacional.
A primeira secção abrange o período que se inicia em meados do século XIX e culmina na criação do Estado de Israel. Assistimos ao declínio do império otomano e ao florescimento do nacionalismo palestino, à ascensão do sionismo e à perfídia do ocupante britânico, culminando na campanha de terror que acompanhou a criação de Israel, com o seu cortejo de morte, destruição e expulsão dos Palestinos.
A segunda secção aborda Israel, enquanto potência colonial de povoamento e Estado de apartheid, na sua relação com os Palestinos e com os países vizinhos. Descrevemos a crescente ocupação colonial da Cisjordânia e as situações particulares em Jerusalém e na Faixa de Gaza, sem esquecer os palestinos em Israel tratados como cidadãos de segunda. Abordamos, também, a vertente de Israel como fautor de guerra na região.
Na terceira secção, procuramos esboçar um retrato da sociedade palestina actual, (sobre)vivendo sob ocupação ou na diáspora. Falamos dos presos, dos refugiados e deslocados, mas também da resistência e da vida quotidiana. Evocamos a sua cultura rica e polifacetada e mostramos como as suas riquezas naturais permitiriam construir uma economia sustentável, não fora a sua continuada espoliação pelo ocupante.
Finalmente, a quarta secção aborda a relação do Mundo com a Palestina. A uma comunidade internacional que oscila entre a indiferença e a cumplicidade com o ocupante, contrapõe-se uma sociedade civil que não desiste na sua solidariedade com o povo palestino e Portugal reflecte bem esta ambivalência.
A bibliografia indicada no final oferece caminhos para aprofundar o conhecimento sobre a Questão Palestina e as especificidades de uma cultura vibrante.
ÍNDICE
A Palestina até à Nakba
1. A Palestina Histórica
2. Ascensão do Sionismo
3. O Mandato Britânico
4. A Criação de Israel e a Nakba
Ocupação, Colonização e Agressões de Israel
5. Colonização e Colonatos
6. O Muro do Apartheid
7. Gaza, Prisão a Céu Aberto
8. Jerusalém, Cidade Ocupada
9. Os Palestinos em Israel
10. Israel, Potência Belicista e Nuclear
A Sociedade Palestina
11. Uma Sociedade Multifacetada
12. Os Refugiados e Deslocados
13. Os Presos Palestinos
14. A Resistência Palestina
15. A Vida Quotidiana Sob Ocupação
16. A Cultura Palestina
17. Economia e Recursos Naturais da Palestina
A Questão Palestina no Mundo
18. A Questão Palestina nas Nações Unidas
19. Oslo e o Definhar dos Processos Políticos
20. A Palestina e a Paz no Médio Oriente
21. A Solidariedade Internacional
22. Portugal e a Palestina
Bibliografia