No Conselho de Segurança, Mahmoud Abbas apela a conferência internacional de paz
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, apelou a uma conferência internacional de paz, a realizar em meados de 2018, baseada nas resoluções internacionais e com uma ampla participação internacional, incluindo palestinos e israelitas, mas também actores regionais e internacionais.
Falando no Conselho de Segurança das Nações Unidas na terça-feira 20 de Fevereiro, pela primeira vez desde 2009, Abbas afirmou que entre os resultados da conferência devem incluir-se a aceitação do Estado da Palestina como membro de pleno direito da ONU e o reconhecimento mútuo entre Palestina e Israel nas fronteiras de 1967.
Abbas afirmou a solução dos dois Estados como base para as negociações de paz, o que significa um Estado da Palestina com Jerusalém como capital vivendo lado a lado com Israel em paz e segurança nas fronteiras de 4 de Junho de 1967. Sublinhou que uma questão fundamental é Jerusalém Oriental como capital do Estado da Palestina, bem como uma solução justa e acordada da questão dos refugiados palestinos com base na resolução 194 da ONU e o compromisso internacional de continuar a apoiar a UNRWA até que a questão dos refugiados seja resolvida.
O discurso de Mahmoud Abbas teve por pano de fundo as tensões levadas ao rubro após o reconhecimento pelos Estados Unidos de Jerusalém como a capital de Israel, em 6 de Dezembro passado, decisão que levou a direcção palestina a rejeitar o papel dos EUA como «mediador honesto» nas negociações com Israel. Além disso, a administração do presidente Donald Trump reduziu drasticamente o financiamento para a UNRWA, a agência das Nações Unidas de assistência aos refugiados palestinos, pondo em perigo serviços essenciais para a sua sobrevivência.
O presidente da Autoridade Palestina sublinhou que desde 1948 houve 705 resoluções da Assembleia Geral e 86 resoluções do Conselho de Segurança a favor dos palestinos, nenhuma das quais foi aplicada.
«Israel actua como um Estado acima da lei», afirmou Abbas. «Transformou a ocupação de situação temporária de acordo com a lei internacional numa situação de permanente colonização de povoamento e impôs uma realidade de um só Estado de apartheid.»
Quinta, 22 Fevereiro, 2018 - 00:00