No 12.º aniversário da morte de Arafat, Mahmoud Abbas reclama fim da ocupação israelita

Completam-se hoje, 11 de Novembro de 2016, 12 anos desde a morte do presidente palestino Yasser Arafat.
Arafat, que passou os últimos anos de vida cercado por forças israelitas no complexo presidencial palestino, a Muqata, morreu num hospital militar francês em 11 de Novembro de 2004, com 75 anos, sem que os médicos tenham indicado uma causa específica de morte.
Na cerimónia realizada ontem diante do palácio presidencial, em Ramala, participaram milhares de palestinos. Estiveram também presentes o presidente da AP, Mahmoud Abbas, o primeiro-ministro, Rami Hamdallah, membros do Comité Executivo da OLP e líderes palestinos, e ainda dirigentes da FPLP (Frente Popular da a Libertação da Palestina) e políticos palestinos de Israel.
Mahmoud Abbas abordou o tema do assassínio de Arafat, declarando: «Vamos continuar a investigar até descobrir quem foram os assassinos de Abu Ammar [nome respeitoso por que era conhecido Arafat]. Eu, pessoalmente, sei quem são, mas o meu testemunho não é suficiente.»
Abbas acrescentou que a OLP é o único representante legítimo do povo palestino ao nível árabe e internacional, e apelou a que 2017 marque o fim de 50 anos de ocupação israelita de Jerusalém Oriental e da Margem Ocidental.
Abbas recordou também a «ignóbil e injusta» Declaração Balfour, que completará 100 anos em 2 de Novembro de 2017, em que o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico «deu aquilo que não lhe pertencia àqueles que não o mereciam», sublinhando que os palestinos não renunciarão à sua exigência de justiça e de um pedido de desculpas por parte do Reino Unido.
O vice-secretário-geral da FPLP, Qais Abdel Karim, afirmou no seu discurso que Arafat está presente em cada acção em favor dos palestinos e sublinhou também a necessidade de acabar com a divisão entre palestinos, uma vez que «nos enfraqueceu contra a ocupação e enfraqueceu a nossa capacidade de alcançar os nossos direitos».
Por seu lado, Ayman Odeh, deputado palestino ao Knesset (parlamento israelita) em representação da Lista Conjunta (coligação de partidos palestinos e da esquerda não sionista em Israel), declarou que os palestinos que vivem sob a ocupação nas terras de 1948 (ou seja, os que vivem dentro de Israel) são aqueles que permaneceram na sua terra natal apesar da Nakba e das políticas de expulsão; Israel quer criar uma nova identidade chamada «árabe-israelita», o que é um termo errado, já que com ele Israel pretende apagar a sua história como palestinos.
Também ontem, 10 de Novembro, um jovem palestino foi ferido a tiro por forças israelitas em confrontos ocorridos junto de um posto de controlo militar perto de Ramala, na Margem ocidental ocupada, durante uma manifestação de estudantes para assinalar o 12º aniversário da morte de Yasser Arafat.
 
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