Netanyahu: «Nenhum colonato será desmantelado enquanto eu for primeiro-ministro»

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reiterou na terça-feira a intenção do seu governo de prosseguiras actividades de colonização na Cisjordânia ocupada, informa a agência palestina Ma'an.

Na cerimónia de abertura de uma rua num colonato perto de Jaba, a leste de Ramala, na Cisjordânia ocupada, Netanyahu afirmou: «Aqui os nossos antepassados viveram há milhares de anos e o que foi restaurado permanecerá para sempre.»

Afirmando para consumo interno do eleitorado israelita, esmagadoramente favorável à colonização, aquilo que cala em declarações para o público estrangeiro, Netanyahu sublinhou a sua recusa de desmantelar qualquer colonato na Cisjordânia ocupada enquanto permanecer como primeiro-ministro.

Invocando um pretenso «direito» histórico baseado no texto bíblico, mas sem qualquer sustentação no direito internacional, o primeiro-ministro de Israel prosseguiu: «A nossa geração tem um direito gigantesco e a geração dos nossos pais retomou o que foi perdido, e prometemos que aquilo que foi restaurado permanecerá durante gerações e para sempre e garantirá a imortalidade de Israel.»

Referindo-se a dois palestinos que foram mortos a tiro há dois dias perto do colonato de Ofra, a leste de Ramala, Netanyahu confirmou a sua intenção de manter os colonos na Cisjordânia.

«Eles vão querer desenraizar-nos daqui, mas não o farão. Enquanto eu permanecer como primeiro-ministro do governo israelita, nem um único judeu será desentaizado da sua casa. Não só ninguém será desenraizado da sua casa como iremos construir mais», afirmou Netanyahu, em claro desafio à legalidade internacional.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, que o direito internacional considera «territórios ocupados», vivem mais de 600 000 colonos israelitas, em centenas de colonatos.

A IV Convenção de Genebra proíbe a instalação de população da potência ocupante no território ocupado, e portanto todos e cada um dos colonatos são ilegais à luz do direito internacional. A ilegalidade dos colonatos foi reafirmada pela resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, de 23 de Dezembro de 2016. 

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