MPPM homenageia as mulheres palestinas no Dia Internacional da Mulher
No 8 de Março, proclamado Dia Internacional da Mulher pela Assembleia Geral da ONU em 1977, o MPPM presta homenagem às mulheres de todo o mundo e à sua luta pela liberdade, pela justiça, pela igualdade e pela eliminação de todas as formas de discriminação, e de forma muito especial às mulheres palestinas.
Às mulheres palestinas que vivem na Cisjordânia sujeita a uma ocupação implacável, onde proliferam os colonatos israelitas e se estende o vergonhoso «Muro do Apartheid»; às que vivem em Jerusalém Oriental, objecto de um processo acelerado de judaização e de expulsão dos seus habitantes legítimos; às que vivem na Faixa de Gaza, sofrendo um bloqueio desumano que dura há 13 anos e sujeitas a frequentes agressões das forças armadas israelitas; às que vivem no Estado de Israel, sujeitas a uma legislação discriminatória e racista que lhes nega a igualdade de direitos com os judeus; às que vivem em campos de refugiados, em países estrangeiros ou estrangeiras no seu país, vítimas de sucessivas campanhas de limpeza étnica levadas a cabo por Israel e que almejam regressar aos seus lares e reaver os seus bens.
As mulheres palestinas estão presentes na família, onde são o suporte de pais, companheiros, filhos e netos. As mulheres palestinas estão presentes na actividade económica – na agricultura, no artesanato, no comércio. As mulheres palestinas estão presentes na educação – constituem a maioria da população universitária – e na cultura, seja nas artes plásticas, na literatura, na dança ou na música. As mulheres palestinas estão presentes na resistência – nas manifestações, na luta política, nas organizações cívicas.
As mulheres palestinas sofrem com a ausência, a prisão ou a morte dos seus familiares. As mulheres palestinas conhecem as prisões de Israel, onde são sujeitas a todo o tipo de abusos e violência, incluindo privação de visitas e de assistência médica, tortura física e psicológica e assédio sexual. As mulheres palestinas são feridas ou assassinadas por participarem em manifestações não violentas ou vítimas de agressões de colonos. As mulheres palestinas, sofrendo ainda na sua própria sociedade da discriminação e violência baseadas no género, lutam por uma legislação que as proteja adequadamente e reconheça a sua plena igualdade.
Neste Dia Internacional da Mulher, o MPPM:
— Dirige uma saudação fraterna às mulheres palestinas, e muito em especial às quatro dezenas de mulheres detidas nas cadeias israelitas, assim como a todos os 5000 presos políticos palestinos.
— Homenageia, de forma sentida, a memória das seis centenas de mulheres palestinas assassinadas pelas forças armadas de Israel desde 2000.
— Reafirma a sua solidariedade com as mulheres e todo o povo palestino e o seu empenho em continuar a lutar contra a ocupação sionista e pelo reforço da solidariedade com a luta do povo palestino pelo reconhecimento integral dos seus direitos nacionais.
— Apela às portuguesas e portugueses amantes da liberdade e às organizações cívicas a que manifestem a sua solidariedade activa com as palestinas e os palestinos, nomeadamente exigindo: o respeito pelos seus direitos humanos; a libertação de todos os presos políticos; o fim da ocupação, da colonização e da violência; o fim do bloqueio a Gaza; o direito ao retorno dos refugiados.
— Reclama do governo português que reconheça o Estado da Palestina no respeito pelo direito internacional e pelas resoluções da Nações Unidas e que cesse todas as relações de cooperação e comerciais com entidades de Israel, públicas ou privadas, que estejam implicadas em violações dos direitos humanos do povo palestino.
8 de Março de 2020
A Direcção Nacional do MPPM
Imagem: «Mulheres de Belém - 2020» pela pintora palestina Rawan Anani (Jerusalém, 1978)