MPPM condena brutal agravamento das medidas punitivas de Israel contra a Faixa de Gaza
COMUNICADO 08/2018
Sujeito ao bloqueio israelita (com a colaboração do Egipto) desde 2007, o pequeno território palestino, onde dois milhões de pessoas vivem em apenas 365 km2, atravessa uma crise humanitária cada vez mais profunda. Quase 80% da população é forçada a contar com a assistência humanitária para cobrir suas necessidades básicas, incluindo alimentos, e a taxa de desemprego é de 49%.
Os ataques aéreos e o encerramento do posto de passagem são uma retaliação, afirma Israel, pelos papagaios-de-papel que provocaram incêndios em algumas áreas de Israel adjacentes a Gaza, sem, no entanto, causarem quaisquer vítimas. Argumento risível, tão grande é a desproporção de meios relativamente ao sofisticado armamento que Israel não hesita em empregar.
Esta punição colectiva, aplicada a toda a população da Faixa de Gaza, constitui um crime de guerra à luz do direito humanitário internacional e é interdita nomeadamente pela IV Convenção de Genebra.
Os crimes de Israel contra a população palestina da Faixa de Gaza não seriam possíveis sem a complacência dos países ocidentais e o apoio activo dos Estados Unidos.
Neste contexto, é ensurdecedor e inaceitável o silêncio do governo português, para condenar a violência e ilegalidade da actuação de Israel e para defender a solução dita «dos dois Estados», que é conforme com as resoluções da ONU, que constitui o consenso internacional e que Portugal subscreve, mas cuja viabilidade está mais do que nunca posta em causa.
O MPPM condena veementemente os crimes do Estado sionista contra a população palestina da Faixa de Gaza, bem como as manobras que visam impor ao povo palestino projectos políticos que defraudem os seus legítimos e inalienáveis direitos, repetidamente reconhecidos por inúmeras resoluções da ONU e que premeiem o ocupante e agressor. O MPPM exorta o Estado português a fazer ouvir a sua voz na denúncia das medidas ilegais, ilegítimas e desumanas de Israel.
O MPPM endereça uma saudação ao conjunto das forças patrióticas palestinas, fazendo votos de que reforcem a unidade na luta contra as manobras dos inimigos da causa palestina e pelos direitos nacionais inalienáveis e imprescritíveis do seu povo, e reafirma a sua solidariedade indefectível com a luta do povo palestino contra a ocupação e a repressão israelitas, pela constituição do Estado palestino independente, soberano, contíguo e viável nas fronteiras de 4 de Junho de 1967, com uma solução justa do problema dos refugiados conforme com as resoluções da ONU.
Lisboa, 17 de Julho de 2018
A Direcção Nacional do MPPM
Terça, 17 Julho, 2018 - 21:36