MPPM apela ao fim imediato da agressão contra Gaza

Gaza 2008
No quarto dia de uma agressão israelita inultrapassada contra um milhão e meio de Palestinos na Faixa de Gaza, o MPPM fez um apelo instante ao fim imediato da agressão, dos bombardeamentos e massacres cometidos por Israel na Faixa de Gaza, à retirada desde já das forças israelitas, ao restabelecimento de um cessar-fogo e à solidariedade e independência para o povo palestino.
O texto do Apelo, subscrito por José Saramago, Isabel Allegro Magalhães, Mário Ruivo e Silas Cerqueira, em nome do MPPM, é o seguinte:
1 -No passado sábado, 27 de Dezembro, o Estado e as Forças Armadas de Israel, fiéis à sua origem e natureza, desencadearam - na continuidade da “Nakba”, a catástrofe de 1948 - uma guerra total contra o Povo palestino em Gaza com bombardeamentos do tipo de Guernica, a qual se está a traduzir numa catástrofe humanitária sem precedentes. Segundo os dados conhecidos até ao momento, em três dias perderam a vida mais de 325 palestinos e foram feridos mais de 1200 – enquanto do lado israelita havia um morto e um ferido. Tal é a dura lei de talião do colonialismo de Israel. Toda a história de Israel é marcada por massacres do Povo palestino (de Deir Yassin em 1948, a Sabra e Chatila em 1982, e sucessivamente). Mas o que agora, nestes dias, se passa é diferente na dimensão, qualidade e alcance. Daí a sua extrema gravidade e importância.
2 - Como o MPPM vem alertando, estamos perante uma estratégia criminosa de Israel e dos EUA elaborada de há anos, a qual visa liquidar a questão da Palestina mediante a dispersão forçada pelo terror – o êxodo, uma nova Nakba – do seu Povo enquanto povo. Isto, começando pela Faixa de Gaza, desde a “retirada” de Sharon à vitória eleitoral do Hamas e às subsequentes medidas ilegais e ilegítimas – com a cumplicidade dos EUA e da União Europeia – de cerco e privação total, isolamento, estrangulamento e redução à fome deste território e dos seus habitantes. Medidas que têm pouco a ver com o fundamentalismo do Hamas e antes com a recusa do Povo de Gaza de se submeter à dominação colonialista de Israel, associada à estratégia dos EUA no Médio Oriente.
3 -Tudo indica, pois, que a presente guerra de Israel em Gaza vai não só continuar, mas conhecer novos e mais perigosos desenvolvimentos. A não ser que a dita “comunidade internacional” usasse de todo o seu peso para travar e pôr termo a esta guerra… Ora é precisamente o inverso que se passa. Os EUA e a UE, e agora o Ministério dos Negócios Estrangeiros português, pelo contrário e pretextando de uma falsa simetria entre alguns foguetões artesanais lançados pelo Hamas - cuja oportunidade política se pode discutir - e as vagas de bombardeamentos aéreos por Israel, de facto apoiam implícita e explicitamente a sua agressão e crimes de guerra. O pretenso “processo de Paz” de Annapolis (EUA) só resultou em mais violência e mais guerras. A ONU está extremamente limitada pelo veto dos EUA. Pelo seu lado, os regimes árabes caracterizam-se em geral pela vacuidade, ou pior, das suas posições.
Restam os povos que - com maior ou menor força - têm saído para a rua a manifestar a sua solidariedade com a justa luta do Povo palestino.
O MPPM partilha da indignação e emoção solidárias dos portugueses e apela à unidade e à acção: por uma independência soberana da Palestina e por um Paz justa no Médio Oriente!
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