Ministros e dirigentes políticos israelitas apoiam anexação da Cisjordânia, querem aí 2 milhões de colonos

Todos os deputados do Likud que procuram a reeleição nas eleições israelitas de 9 de Abril apoiam a anexação da Cisjordânia ocupada. Entre os deputados do partido dirigente da coligação governamental só o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu,não se pronunciou,

Dados divulgados por dois grupos de direita israelitas, o Movimento de Soberania e o Nahala, citados pelo jornal Jerusalem Post, mostram que 38 dos 120 deputados actuais (31%) apoiam uma forma ou outra de anexação da Cisjordânia ocupada.

Por outro lado, dezenas de ministros israelitas e altos quadros do partido Likud e de outros partidos de direita assinaram uma petição, lançada pelo movimento de colonos Nahala, no sentido de abandonar a solução de dois Estados e criar em toda a Cisjordânia ocupada novos colonatos para dois milhões de colonos judeus.

Entre os os membros do Likud signatários da petição encontram-se o presidente do Knesset (parlamento), Yuli Edelstein, e os ministros Yisrael Katz (Transportes), Yariv Levin (Turismo), Zeev Elkin (Protecção Ambiental e Assuntos de Jerusalém), Gilad Erdan (Segurança Pública), Miri Regev (Cultura), Tzachi Hanegbi (Cooperação Regional), Ayoub Kara (Comunicações), Yoav Gallant (Imigração e Absorção), Gila Gamliel (Igualdade Social) e Ofir Akunis (Ciência e Tecnologia). Também assinaram a petição os ministros Ayelet Shaked (Justiça) e Naftali Bennett (Educação), do partido Nova Direita.

Durante as últimas semanas, activistas do Nahala protestaram em frente à residência de Netanyahu, em Jerusalém, exigindo que o próximo governo trabalhe em prol da colonização de toda a Cisjordânia, abandone a ideia de uma solução de dois Estados e apoie um Estado judaico desde o rio Jordão até ao mar Mediterrâneo. A petição é um «teste de lealdade ideológica e ética», diz o movimento Nahala.

Segundo dados da organização israelita Peace Now, que monitoriza a colonização israelita nos territórios ocupados, neste momento vivem em colonatos na Cisjordânia ocupada mais de 450 000 israelitas, além de mais de 200 000 em Jerusalém Oriental ocupada. Todos e cada um dos colonatos são ilegais à luz do direito internacional, como reafirmou a resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, de 23 de Dezembro de 2016.

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