Ministério da Saúde cancela reunião prevista com homólogo israelita
A revelação feita pelo MPPM, no Comunicado 09/2024, de que estaria a ser preparada uma reunião entre os ministérios da Saúde de Portugal e de Israel para «discutir potenciais áreas de interesse para cooperação futura entre os dois países», suscitou questões dos grupos parlamentares do BE e do PCP a que o ministério da Saúde agora respondeu de forma lacónica: «Comunica-se, para os devidos efeitos, que não existe qualquer reunião agendada entre os Ministérios da Saúde português e israelita».
O MPPM congratula-se por saber que a reunião que estava a ser preparada para ocorrer no dia 2 de Setembro não vai ter lugar – pelo menos nessa data – e considera que isso se deve à exposição pública da insensibilidade revelada por uma tal iniciativa quando o outro interlocutor é o responsável pelo massacre de dezenas de milhar de palestinos, pela destruição de dezenas de instalações hospitalares e pelo assassinato de centenas de profissionais de saúde palestinos.
Mas se a resposta do ministério da Saúde (MdS) vale pelo que diz, vale muito mais pelo que não diz.
O MdS não desmente que tenha estado a preparar a referida reunião, desta forma implicitamente confirmando o que o MPPM afirmava, nem garante que não o esteja a fazer, só que sem data marcada.
O MdS evade a questão essencial, que é a do relacionamento com o seu homólogo israelita, em particular no actual contexto, e não responde à pergunta do PCP sobre «que relações mantém o Ministério da Saúde e os seus organismos com instituições similares de Israel».
O MdS não responde, igualmente, às perguntas de ambos os partidos sobre a sua posição e a do governo português face à responsabilidade de Israel no massacre em curso do povo palestino e, em particular, sobre as ilações que retiram das deliberações do Tribunal Internacional de Justiça e das posições da OMS e da ONU.
A não realização da reunião de 2 de Setembro é uma pequena vitória, pelo que desconvocamos a vigília que estávamos a convocar para esse dia frente ao MdS. O MPPM vai continuar vigilante sobre a colaboração do governo português, intencional ou por omissão, no genocídio em curso na Palestina.
Estamos, nomeadamente, atentos à viagem do navio Kathrin que arvora pavilhão português e é suspeito de transportar material militar para Israel o que já lha valeu ver recusada a entrada em portos da Namíbia.
Dizemos não à cooperação com Israel
Dizemos não à cumplicidade com o genocídio
Dizemos sim à solidariedade com o povo palestino
27 de Agosto de 2024
A Direcção Nacional do MPPM