Marwan Bargouthi exorta a solidariedade com os presos palestinos em vésperas de greve de fome

Em vésperas de uma greve de fome maciça nas prisões israelitas a ser lançada no dia 17 de Abril sob a liderança de Marwan Bargouthi, este dirigente da Fatah, que cumpre cinco penas de prisão perpétua numa prisão israelita desde 2002, exortou os palestinos a organizarem acções de solidariedade com os presos palestinos em greve da fome, relata a agência noticiosa palestina Ma'an.
«Exortamos o nosso povo a juntar-se em manifestações, comícios, sit-ins e greves gerais, ao mesmo tempo que pedimos ao presidente [da Autoridade Palestina] Abu Mazen [Mahmoud Abbas], à direcção palestina e às facções palestinas que tomem medidas a todos os níveis para libertar os presos e apoiá-los na sua batalha», escreveu Bargouthi numa declaração que a sua esposa Fadwa transmitiu à Ma'an.
Segundo um comunicado conjunto divulgado a 15 de Abril pelo Comité Palestino de Assuntos dos Presos, a Sociedade dos Presos Palestinos e o Instituto Central de Estatísticas palestino, as autoridades israelitas detiveram cerca de um milhão de palestinos desde a criação do Estado de Israel, em 1948. Durante o mesmo período, 210 presos palestinos morreram em resultado de «extermínios extrajudiciais» ou de «negligência deliberada sob tortura» enquanto se encontravam sob custódia de Israel.
«Mais de 200 mártires morreram na prisão ao longo de meio século como resultado de tortura, assassínio e negligência médica deliberada em celas prisionais», escreveu Bargouthi. O tratamento dos presos palestinos provocou dezenas de protestos e greves de fome ao longo dos anos, destacou Bargouthi, enquanto Israel continuou a deter «milhares de palestinos a cada ano, em flagrante violação dos tratados e convenções internacionais». O líder da Fatah reiterou que a greve de fome maciça foi organizada para contestar as medidas das autoridades israelitas contra os presos palestinos, nomeadamente «detenções arbitrárias, tortura, negligência médica e a privação de visitas familiares».
Entretanto, a Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP) desmentiu as notícias divulgadas por alguns meios de comunicação social segundo as quais a greve seria apoiada pelo seu secretário-geral, Ahmad Sa'adat, preso desde há 11 anos. Em comunicado datado de 3 de Abril, a FPLP esclareceu que, «apesar da apreciação e da alta consideração pela declaração do irmão, lutador e líder da Fatah, Marwan Barghouthi, e de um grupo de prisioneiros da Fatah no sentido de lançar uma greve no dia 17 de Abril, eles não realizaram um esforço para fazer um anúncio unificado de uma greve com a participação de todas as facções. A posição oficial do ramo prisional da FPLP é, portanto, não participar». «O ramo prisional da FPLP renovou a sua insistência de que qualquer medida de luta colectiva dos presos deveria ser nacional, unificada e com a participação de todos», acrescenta o comunicado.
 
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