Marcha pela Liberdade de Gaza

A invasão militar israelita a Gaza, entre 27 de Dezembro de 2008 e 18 de Janeiro de 2009, desencadeou, a nível mundial, uma firme vontade no sentido de promover uma iniciativa conjunta de repúdio a essa invasão militar e ao cerco a Gaza que, hoje, ainda se mantêm.
O dia 27 de Dezembro de 2009 marcou o primeiro aniversário da invasão do exército israelita à Faixa de Gaza e embora os tanques israelitas tenham abandonado esse território a 18 de Janeiro de 2009, o cerco a Gaza permanece.
A nível mundial, um vasto conjunto de organizações (ONGs e outras), entidades regionais, e, também, figuras públicas de relevo (académicos, juristas, médicos, jornalistas, fotógrafos, artistas e estudantes), iniciaram e desenvolveram um trabalho articulado de preparação e organização da Marcha pela Liberdade de Gaza (Gaza Freedom March) e 31 de Dezembro de 2009 foi a data escolhida para a sua realização.
Foi desenvolvido, igualmente, um trabalho conjunto com organizações palestinas, incluindo ONGs, professores universitários, grupos de estudantes, organizações de refugiados e sindicatos palestinos.
A Marcha pela Liberdade de Gaza, que reuniu mais de 1300 participantes de 43 países, entre os quais Portugal, teve não só o apoio de organismos palestinos locais, mas, também, de organizações israelitas como a Coligação das Mulheres para a Paz e o Comité Israelita contra a Demolição de Habitações.
Um dos objectivos desta marcha era o de mostrar aos palestinos de Gaza, que a comunidade internacional não esqueceu esta tragédia e que continuará a chamar a atenção do mundo da crise humanitária que aí ocorre.
Outro objectivo era o de pressionar Israel a abrir as fronteiras deste território, mesmo havendo a consciência que não seria esta iniciativa que acabaria com o cerco a Gaza. Nos seus objectivos não estavam incluídas possíveis soluções, cuja discussão terá de acontecer entre as partes em conflito e portanto esta iniciativa teve uma conotação apolítica.
O bloqueio pelo Egipto
O governo do Egipto não esclareceu quais as condições para a entrada dos manifestantes na fronteira de Gaza. Não se sabia quem poderia passar ou não e os manifestantes se não fossem autorizados teriam de voltar, de seguida, para o Cairo.
Sabia-se, apenas, que era proibida a entrada a pessoas com passaportes emitidos pela Autoridade Palestina e a cidadãos egípcios.
Inicialmente o Egipto recusou a passagem da fronteira aos manifestantes. Depois de alguns dias de negociações, o governo egípcio autorizou a passagem de uma pequena delegação de 100 manifestantes. Muitos voltaram para o Cairo e aí protestaram contra o bloqueio israelita a Gaza.
Os acontecimentos de 31 de Dezembro
Na manhã de 31 de Dezembro de 2009, cerca de 50 000 palestinos de Gaza juntaram-se com a Delegação Internacional numa marcha de cerca de 5 Km, que começou em Iazbat Abu Drabo, uma comunidade que foi totalmente destruída, incluindo casas habitadas, até à fronteira de Erez.
Alguns grupos de palestinos e israelitas organizaram uma marcha de solidariedade até à fronteira de Erez.
Formaram-se, também, grupos de manifestantes na Cisjordânia e noutras cidades israelitas.
Os manifestantes foram preparados para seguir um código de não-violência, mas saberiam como proceder se Israel não seguisse o mesmo caminho.
Os que participaram na Marcha pela Liberdade de Gaza (Gaza Freedom March) acreditam que um envolvimento global irá mudar, progressivamente, a opinião pública internacional e que os governos irão cada vez mais ser críticos perante a política israelita.
Uma manifestante sobrevivente do Holocausto
Uma das manifestantes, a Sr.ª Epstein, com 85 anos é uma sobrevivente do Holocausto. Deslocou-se ao Egipto vinda dos EUA e iniciou uma greve de fome. Comunicou aos jornalistas que a principal mensagem que ela queria passar para os governos do mundo era que eles acordassem e tratassem Israel como qualquer outro país e não tivessem receio de criticar Israel pelas políticas de violência que têm em relação aos palestinos.
Toda a informação em: http://www.gazafreedommarch.org
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