Mais de 300 presos palestinos participam agora em greve da fome maciça. Bilal Kayed já no 52.º dia de greve da fome

Mais de 300 presos palestinos participam actualmente numa greve da fome ilimitada em prisões israelitas, informou quinta-feira a Palestinian Prisoner’s Society (PPS — Sociedade dos Presos Palestinos).
A PPS informou que 285 presos associados ao Hamas e encarcerados nas prisões de Eshel e de Nafha iniciaram uma greve da fome ilimitada na quinta-feira, em protesto contra as medidas repressivas do Serviço Prisional de Israel (IPS).
Ao mesmo tempo, cerca de 40 presos da Frente Popular para a Libertação da Palestina, incluindo Ahmad Sa’adat, secretário-geral, estavam em greve da fome em apoio ao seu camarada Bilal Kayed. Este cumpriu sexta-feira o 52.º dia de greve da fome, em protesto por ter sido condenado a detenção administrativa — internamento sem julgamento nem culpa formada — no dia em que deveria ter sido libertado depois de cumprir uma pena de prisão de 14 anos e meio.
Kayed é um dos seis presos palestinos actualmente em greve da fome para protestar contra a sua detenção administrativa.
O procedimento da detenção administrativa permite às forças armadas israelitas manter os presos indefinidamente com base em informações secretas, sem os acusar nem lhes permitir que que sejam julgados e sem eles nunca saberem quando serão libertados. Israel utiliza rotineiramente a detenção administrativa, em violação de numerosas normas do direito internacional.
Segundo a organização palestina de direitos dos presos Addameer, em Maio havia em prisões e centros de detenção israelitas 7000 presos palestinos, incluindo 715 em detenção administrativa.
O actual movimento dos presos inspirou acções de solidariedade em vários pontos do território palestino ocupado, incluindo sit-ins organizados pelas famílias e apoiantes dos presos em greve da fome.
O Conselho Legislativo Palestino (parlamento) organizou ontem um evento na sua sede em Gaza em sinal de solidariedade com os presos em greve da fome. Na sua intervenção, o primeiro vice-presidente do CLP em Gaza, Ahmed Bahar, exprimiu a sua solidariedade com Ahmed Saadat, que é deputado, e com todos os outros presos, incluindo Bilal Kayed. Apelou ainda à unidade de todas as facções da resistência palestina pela libertação dos presos encarcerados por Israel.
 
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