Israel vai cortar 122 milhões de euros de dinheiro devido aos palestinos como castigo por apoiarem os presos

O governo israelita decidiu deduzir 500 milhões de shekels (cerca de 122 milhões de euros) das verbas transferidas para a Autoridade Palestina, que provêm de impostos cobrados em seu nome por Israel.

Os cortes efectuados por Israel, cerca de 5% das transferências devidas, correspondem ao montante que a Autoridade Palestina despende no apoio financeiro aos presos e ex-presos palestinos nas cadeias de Israel, bem como às famílias dos mortos e feridos pelo Estado sionista.

A medida foi anunciada pelo Gabinete de Segurança de Israel este domingo, pondo em prática uma lei aprovada pelo Knesset (parlamento) em Julho passado.

Israel tem utilizado repetidamente o congelamento do dinheiro dos impostos como meio de pressão sobre os palestinos, violando o que está estabelecido em matéria fiscal nos Protocolos de Paris de 1994, parte integrante dos Acordos de Oslo.

Trata-se de mais um inaceitável método para tentar cortar os meios de subsistência dos que não se resignam à opressão sionista, para sancionar ainda mais pesadamente a resistência à brutal e criminosa ocupação israelita. Estes pagamentos constituem um rendimento vital para centenas de famílias que perderam a sua principal fonte de sustento, geralmente um pai, filho ou irmão.

Abu Rudeineh, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, considerou que qualquer dedução de verbas constitui um roubo e afirmou que a posição firme do presidente é não aceitar que seja de qualquer forma prejudicada «a subsistência dos nossos heróis presos e das famílias dos mártires e feridos».

Por seu lado, o primeiro-ministro do governo de gestão palestino, Rami Hamdallah, classificou a medida como uma «punição colectiva» e declarou que o governo porá em prática «mecanismos para enfrentar qualquer dedução na receita tributária igual aos montantes dos subsídios que o governo paga aos presos palestinos nas prisões israelitas e às famílias dos mortos pelas forças de ocupação israelitas».
 
Em 31 de Janeiro de 2019 o número de palestinos encarcerados nas prisões israelitas elevava-se a cerca de 5700, incluindo 48 mulheres e 230 menores de 18 anos, bem como cerca de 500 em regime de detenção administrativa, segundo informam três organizações de defesa dos presos num recente comunicado. 

Segunda, 18 de Fevereiro de 2019 - 00:56