Israel recusa entrada a grupo da UNESCO que devia visitar cidade velha de Hebron

As autoridades israelitas recusaram vistos de entrada a uma equipa de investigação da UNESCO (Organização Educacional, Científica e Cultural das Nações Unidas) que deveria realizar uma visita de campo à Cidade Velha de Hebron, na Margem Ocidental ocupada. Esta vista visava preparar uma votação no próximo mês no sentido de considerar a área um local património mundial em perigo.
A delegação palestina na UNESCO tinha dirigido uma carta ao Centro do Património Mundial informando de «pormenores alarmantes sobre violações israelitas em Al-Khalil / Hebron, incluindo os contínuos actos de vandalismo, danos à propriedade e outros ataques».
Desde que Israel ocupou a Margem Ocidental em 1967 e começou a criar colonatos no território palestino, em violação do direito internacional, Hebron tem sido um ponto quente da violência dos colonos israelitas sobre os palestinos e suas propriedades.
A Mesquita Ibrahimi, conhecido pelos judeus como Gruta dos Patriarcas, situada na Cidade Velha, onde se acredita que está enterrado o profeta Abraão, é um local sagrado tanto para muçulmanos como para judeus e tem sido um local privilegiado das actividades dos colonos israelitas na área.
A visita da equipa da UNESCO visa avaliar se a Cidade Velha de Hebron está ou não realmente em perigo, apresentando as suas conclusões ao Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS).
Na Cidade Velha de Hebron, que está sob completo controlo militar israelita, vivem perto de 30.000 palestinos e cerca de 800 colonos israelitas protegidos pelas forças israelitas.
A UNESCO deverá decidir sobre o estatuto da Cidade Velha durante uma conferência a ter lugar em Cracóvia, Polónia, entre 2 e 12 de Julho. Prevê-se que o voto inclua uma cláusula rejeitando a soberania de Israel sobre Jerusalém Oriental ocupada, que Israel anexou em 1980, acto que não é reconhecido pela comunidade internacional. Israel acusa as Nações Unidas e os seus órgãos de serem «anti-Israel» devido às suas posições contra a ocupação, que já conta meio século, do território palestino, incluindo Jerusalém Oriental.
 
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