Israel recusa devolver corpo de pescador palestino morto ao largo de Gaza

As autoridades de ocupação israelitas impedem a entrega do corpo de um pescador palestino morto no domingo, 25 de Fevereiro, enquanto pescava ao largo da Faixa de Gaza cercada.
No domingo, a marinha da ocupação israelita matou a tiro o pescador palestino Ismail Saleh Abu Reyala, de 18 anos, ao largo da Faixa de Gaza.
O jovem navegava a bordo de um barco de pesca, acompanhado por Mahmoud Adel Abu Reyala, que foi ferido com uma bala no peito, e Ahed Abu Ali, quando o barco foi atacado depois de alegadamente «se desviar da zona de pesca designada», segundo o exército de Israel. Porém, o sindicato dos pescadores de Gaza afirma que o barco de Abu Reyala foi alvejado quando regressava à costa e que os pescadores não violaram os limites da zona de pesca.
O barco foi apreendido pelas forças israelitas. Os dois sobreviventes foram libertados após algumas horas de detenção, enquanto o corpo de Reyala foi retido pelas autoridades de ocupação israelitas.
Como parte do bloqueio de Israel ao pequeno enclave costeiro palestino, que dura desde 2007, os pescadores palestinos são obrigados a trabalhar dentro de uma limitada «zona de pesca designada».
Os limites exactos da zona são decididos pelas autoridades israelitas e têm variado. Passaram de 3 para 6 milhas náuticas após o acordo de cessar-fogo que terminou a ofensiva de Israel no território palestino em 2014. No entanto, a zona de pesca foi definida em 20 milhas náuticas nos acordos de Oslo assinados entre Israel e a OLP no início da década de 1990.
Segundo a organização Union of Agricultural Work Committees (UAWC), as forças israelitas dispararam e perseguiram pescadores centenas de vezes, mesmo dentro da zona de pesca designada, «causando dezenas de vítimas, além de destruir e confiscar barcos e artes de pesca».
O grupo israelita de direitos humanos B'Tselem concluiu recentemente que o bloqueio imposto por Israel a Gaza e o «flagelamento dos pescadores» estão a «destruir o sector pesqueiro de Gaza», onde 95% dos pescadores vivem abaixo do limiar da pobreza.
 
Print Friendly, PDF & Email
Share