Israel prepara-se para construir mais colonatos depois de resolução da ONU que os condena

Reagindo com desespero à estrondosa derrota no Conselho de Segurança da ONU, o governo de Israel afirmou segunda-feira, 26 de Dezembro, que vai avançar com milhares de novas casas em Jerusalém Oriental ocupada.
Poucos dias após o Conselho de Segurança aprovar a resolução 2334, que condena os colonatos israelitas, o governo municipal de Jerusalém sinalizou que na quarta-feira (28 de Dezembro) pretende aprovar mais de 600 unidades habitacionais em Jerusalém Oriental ocupada, que seriam uma primeira parcela de 5600 novas casas.
«Não me vou preocupar com a ONU ou qualquer outra organização que possa tentar ditar-nos o que fazer em Jerusalém», afirmou ao jornal «Israel Hayo» o vice-presidente da Câmara, Meir Turgeman.
Por seu lado, Naftali Bennett (ministro da Educação do governo de Benjamin Netanyahu e líder do partido Lar Judaico, de extrema-direita e pró-colonos) criticou no domingo o primeiro-ministro por causa da resolução do Conselho de Segurança, exortando-o a retirar o apoio à solução de dois Estados. Bennett anunciou que vai pressionar no sentido da anexação do colonato de Ma'aleh Adumim (grande colonato de cerca de 40.000 habitantes, situado na Margem Ocidental, a vários quilómetros a leste de Jerusalém) e da Área C (zona que compreende aproximadamente 60% da Margem Ocidental ocupada, completamente controlada por Israel e onde se situam todos os colonatos israelitas).
De acordo com números fornecidos pela ONU, actualmente pelo menos 570.000 colonos israelitas vivem em cerca de 130 colonatos e 100 postos avançados na Margem Ocidental e em Jerusalém Oriental ocupados.
O presidente Obama, que agora termina o seu segundo mandato, proclamou desde o início a sua oposição à expansão dos colonatos. Porém só agora, a dias de abandonar a Casa Branca, tomou uma atitude minimamente consentânea com essa anunciada política, permitindo com a abstenção no Conselho de Segurança a aprovação da resolução 2334.
O facto é que a expansão dos colonatos nunca cessou. Em 2009, ano em que Obama tomou posse, 297.000 pessoas viviam em colonatos na Margem Ocidental e 193.737 em Jerusalém Oriental. Os números tinham subido para 386.000 na Margem Ocidental no final de 2015 e para 208.000 em Jerusalém Oriental no final de 2014, segundo dados da organização israelita Peace Now.
 
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