Israel prende mulheres activistas palestinas

As forças armadas israelitas prenderam duas activistas palestinas, Khitam al-Saafin e Shatha Tawil, na Cisjordânia ocupada, em incursões nocturnas realizadas na passada segunda-feira.

Khitam al-Saafin, presidente da União dos Comités de Mulheres Palestinas (UPWC) e membro do secretariado da União Geral das Mulheres Palestinas (GUPW), foi detida na sua casa, na cidade de Beitunia, a oeste de Ramala.

A UPWC denunciou a detenção de Saafin, que já fora anteriormente sujeita a uma detenção administrativa arbitrária, observando que esta vem inserida num ataque contínuo a mulheres palestinas, especialmente estudantes.

Em Portugal, o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) expressou a sua solidariedade para com Khitam Al-Saafin e «todas as mulheres ativistas palestinas que lutam pelos direitos das mulheres e do seu povo», exigindo «a libertação imediata de Khitam e das crianças e jovens também encarcerados, de todos os presos políticos na Palestina.»

Na mesma noite, na cidade de al-Bireh, as forças israelitas invadiram a casa de Shatha Tawil, uma dirigente estudantil de 21 anos da Universidade de Birzeit.

Shatha Tawil encontra-se entre centenas de estudantes universitários palestinos que têm sido presos pela ocupação israelita, incluindo dirigentes estudantis da Universidade Bir Zeit.

A razão das detenções é ainda desconhecida.

A ONG Samidoun denuncia: «Estes últimos ataques surgem no meio de várias situações urgentes que ameaçam os presos palestinos, incluindo o anúncio de um surto do novo coronavírus entre pelo menos 12 presos palestinos detidos na prisão israelita de Gilboa, onde se encontram detidos cerca de 90 presos no total.»

Diz ainda a Samidoun que «os presos palestinos nas prisões de Gilboa, Ramon e Nafha anunciaram que irão intensificar os seus protestos, dada a negligência contínua e a incúria deliberada da administração prisional israelita em relação à saúde dos prisioneiros palestinos.»

Segundo a ONG palestina Addameer, há 4400 detidos palestinos nas prisões israelitas, incluindo 39 mulheres e 155 menores. 350 estão detidos ao abrigo da infame política de detenção administrativa, herdada dos tempos coloniais, que permite deter palestinos sem culpa formada, virtualmente por tempo ilimitado.

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