Israel intensifica assalto a organizações da sociedade civil palestina

As forças de ocupação israelitas assaltaram, na madrugada de ontem, quinta-feira, em Ramala, a sede da Addameer, uma organização que defende os direitos humanos dos presos palestinos, tendo roubado computadores, diverso material informático, livros e documentos.

Foi também assaltada a sede da União Geral de Trabalhadores do Sector de Serviços, tendo as forças de ocupação destruído mobiliário e roubado computadores e documentos. Os assaltantes feriram, com balas de borracha, cinco jovens palestinos que tentaram opor-se ao assalto e que tiveram de ser hospitalizados.

Segundo a agência WAFA, na noite de quinta-feira as forças israelitas ocuparam o centro de Ramala e assaltaram diversos edifícios e cafés. Isto, não obstante Ramala estar incluída na área A dos Acordos de Oslo que deveria se de inteira responsabilidade, civil e de segurança, da Autoridade Palestina.

A Addameer denuncia que este é o terceiro assalto de soldados israelitas à sua sede desde 2002. Ao longo dos anos, as autoridades israelitas têm, também, prendido mutos dos seus quadros. Khalida Jarrar, cuja prisão foi objecto de intensa campanha internacional pela sua libertação, foi directora da Addameer e ainda pertence aos seus quadros. Aymann Nasser, o coordenador jurídico desta ONG, está detido, sem acusação ou julgamento, há mais de um ano e a sua detenção administrativa foi agora prorrogada por mais quatro meses.

Na avaliação da Amnistia Internacional, «Nos anos recentes as autoridades israelitas intensificaram dramaticamente a sua intimidação das organizações da sociedade civil em Israel e nos Territórios Palestinos ocupados. A sociedade civil está sujeita a ataques contínuos através de legislação restritiva e políticas governamentais, associadas a campanhas de difamação visando a deslegitimação do activismo pelos direitos humanos».

Foto: Esta fotografia de arquivo mostra os escritórios da Addameer, em Ramala, depois de um anterior assalto dos militares israelitas, em 2012. (AFP)

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