Israel impede mãe de Gaza de acompanhar filho de 3 anos com cancro a tratamento

Israel não autoriza uma mãe de Gaza a acompanhar o filho de 3 anos a um hospital da cidade de Nablus, na Cisjordânia ocupada, para tratamentos de cancro, relata o jornal israelita Haaretz.
O Shin Bet (serviço de segurança interno israelita) invoca como razão que ela é parente em primeiro grau de um membro do Hamas, não podendo portanto sair da Faixa de Gaza. 
Inicialmente o pequeno Loay al-Khodari — que sofre de um sarcoma dos tecidos moles — foi levado pela tia, mas mais tarde esta ficou impedida pelo seu próprio estado de saúde. O menino perdeu dois tratamentos, em Junho e Julho, por não ter sido possível encontrar outro parente que o pudesse levar. 
A mãe, desesperada, recorreu a um apelo no Facebook, e uma mulher que não é familiar ofereceu-se para levar o menino aos tratamentos e foi autorizada a sair de Gaza.
Não se trata de um caso isolado. Tem havido um aumento acentuado de casos em que Israel recusa autorizações de saída devido a «parentesco com uma pessoa do Hamas». 
No final de Julho, foi negada autorização para deixar a Faixa de Gaza, invocando esse parentesco, a sete mulheres gravemente doentes que necessitavam de tratamentos essenciais à sua sobrevivência.
A Faixa de Gaza encontra-se há doze anos submetida a um brutal bloqueio imposto por Israel, agravado ainda por sucessivas agressões militares. As condições de vida, nomeadamente sanitárias, atingiram há muito níveis catastróficos.
ACTUALIZAÇÃO 17 AGOSTO: Na sequência da notícia publicada ontem no Haaretz, hoje Israel autorizou que a mãe saísse da Faixa de Gaza para acompanhar o filho de 3 anos à cidade de Nablus, na Cisjordânia ocupada, onde está a receber tratamento oncológico.

 

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