Israel financiou e armou secretamente bandos terroristas da Síria

Israel armou e financiou secretamente bandos «rebeldes» sírios com o objectivo de manter as forças apoiadas pelo Irão afastadas dos Montes Golã ocupados, revela um artigo da revista estado-unidense Foreign Policy.
Baseado no testemunho de mais de duas dezenas de comandantes e combatentes dos bandos terroristas, o artigo afirmaque Israel armou e financiou secretamente pelo menos desses 12 grupos «rebeldes» no Sul da Síria. Esse apoio incluiu a transferência de espingardas de assalto, metralhadoras, lança-morteiros e veículos de transporte, que foram entregues através de três portões que ligam a parte dos Montes Golã ocupados por Israel à Síria, os mesmos portões usados para transferir uma muito propagandeada «ajuda humanitária», que durante muito tempo Israel afirmou falsamente ser a sua única interferência na guerra da Síria.
Durante a operação as forças armadas israelitas teriam fornecido mais de 1524 toneladas de alimentos, 250 toneladas de roupas, 947 520 litros de combustível, 21 geradores e 24 900 paletes de equipamentos médicos e medicamentos.
Israel também pagou 75 dólares mensais a cada combatente dos bandos terroristas e forneceu dinheiro adicional que, segundo os «rebeldes» e jornalistas locais, foi usado para comprar armas no mercado negro da Síria.
A iniciativa secreta, chamada «Operação Bom Vizinho», foi lançada em 2016 e só terminou quando as forças armadas sírias retomaram o controlo dos Montes Golã, em Julho deste ano. A Foreign Policy acrescenta que os grupos terroristas esperavam assistência israelita quando as forças armadas sírias procurassem retomar a região, mas tal assistência não foi dada.
Embora já no passado tenham surgido notícias sobre o papel de Israel no apoio aos grupos armados terroristas, os testemunhos citados pela «Foreign Policy» fornecem as provas mais concretas até hoje apresentadas da intervenção terrestre israelita na Síria. 
Segundo testemunhos apresentados em 2017 pelo Wall Street Journal, desde 2013 que Israel fornecia secretamente aos «rebeldes» dinheiro, comida, combustível e material sanitário. 
Apesar da sua proclamada política de não envolvimento na guerra da Síria, que dura desde 2011, Israel tem realizado numerosos ataques aéreos nesse país. Na passada segunda-feira, as forças armadas do regime sionista anunciaram que só no passado ano e meio Israel realizou 200 ataques contra «alvos iranianos e do Hezbollah» na Síria. Nos últimos cinco anos, Israel realizou 100 ataques aéreos na Síria, afirmou no ano passado o então chefe da Força Aérea israelita, major-general Amir Eshel. 
As informações agora reveladas vêm mais uma vez confirmar que Israel, único país do Médio Oriente a possuir a arma nuclear, continua a constituir um grave factor de perturbação e uma ameaça à paz em toda esta região. 

 

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