Israel exige que família palestina pague 28.000 dólares por jipe que lhe matou o filho

Israel enviou à família de Abdullah Ghneimat, um palestino de 21 anos que foi esmagado por um jipe do exército israelita, uma conta de 28.000 dólares por danos causados ao veículo que o matou.
O incidente ocorreu por volta das 4h da manhã de 14 de Junho de 2015, quando Abdullah regressava do trabalho na localidade de Kufr Malek, perto de Ramala, na Cisjordânia ocupada. Surpreendido ao ver soldados na aldeia, Abdullah fugiu, sendo perseguido pelos soldados. Refugiou-se atrás de um muro, mas o jipe embateu no muro e virou-se, caindo por cima dele. Depois disso, os soldados israelitas ainda dispararam contra uma escavadora com que os moradores da aldeia queriam levantar o jipe para libertar o corpo e recusaram-se a remover o jipe. O jovem, privado de assistência médica, sangrou até à morte.
Seis meses após a morte de Abdullah, a família Ghneimat moveu uma acção judicial contra os soldados israelitas que conduziam o veículo. Então o Ministério da Defesa israelita, alegando que o jovem teria lançado um cocktail Molotov, moveu uma contra-acção contra a família, cujo último episódio é a conta de 28.000 dólares por danos ao jipe.
«É a primeira vez que o exército processa a família de um palestino que as suas forças mataram, exigindo uma compensação financeira. Matam-no e depois pedem reparações», indigna-se Naela Attiyeh, a advogada da família Ghneimat.
A tentativa de cobrança a famílias palestinas por danos é parte de uma nova estratégia das autoridades israelitas para punir os palestinos por qualquer forma de resistência, afirma por seu lado Shawan Jabarin, director da organização palestina de direitos humanos Al-Haq.
 
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