Israel aprova expansão de colonatos na Margem Ocidental ocupada, destrói casas de palestinos

A organização israelita Peace Now informou sábado, 1 de Outubro, que o Comité Superior de Planeamento da Administração Civil Israelita (órgão das forças armadas de Israel para a administração dos territórios palestinos ocupados) aprovou o «depósito» — a fase do planeamento que precede a aprovação final — de um plano para 98 unidades habitacionais (parte de um plano mais amplo de 300 unidades) para um novo colonato a criar a leste do colonato já existente de Shiloh, no distrito de Nablus da Margem Ocidental ocupada. O novo colonato israelita ilegal será provavelmente destinado ao realojamento dos colonos que residem no posto avançado de Amona, que, dando cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal israelita, terá de ser demolido até ao fim do corrente ano, dado ter sido construído «de modo selvagem» (em 1995) em terrenos que são propriedade particular de palestinos.
O Comité Superior de Planeamento deu também a aprovação final a uma nova área industrial a oeste de Ramalah, perto do Muro de separação de Israel e da «linha verde» que divide a Margem Ocidental ocupada de Israel.
Segundo calcula o Applied Research Institute - Jerusalem (ARIJ), há entre 500.000 e 600.000 colonos israelitas que residem em 196 colonatos israelitas ilegais na Margem Ocidental ocupada e em Jerusalém Oriental, e ainda em 232 postos avançados de colonos, que são considerados ilegais até pelo direito israelita.
Numa acção de sentido contrário, mas complementar, na terça-feira 27 de Setembro as autoridades israelitas demoliram 22 estruturas, metade delas casas de habitação, em cinco comunidades palestinas da Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Cinquenta e seis pessoas ficaram sem abrigo, incluindo 30 menores. As autoridades israelitas demoliram igualmente reservatórios da água, instalações para animais e uma estrutura que servia de escola.
De acordo com a organização israelita B'Tselem (Centro de Informação Israelita para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados), «estas acções são parte de uma ampla campanha de demolição empreendida por Israel desde o princípio de 2016. Este ano foram já demolidas 234 estruturas, deixando sem abrigo 1010 pessoas, incluindo 530 menores. […] Esta destruição generalizada de casas e comunidades visa atingir os objectivos políticos de Israel na Margem Ocidental, tornando a vida impossível para as comunidades palestinas vulneráveis da Área C [zona que compreende aproximadamente 60% da Margem Ocidental ocupada e é completamente controlada por Israel] e forçando-as a partir.»
A construção de colonatos por Israel tem sido fortemente criticada como uma manobra estratégica para alterar os factos no terreno de modo a impedir a criação de um Estado palestino independente e contíguo. Ao mesmo tempo, deputados do parlamento de Israel, o Knesset, anunciaram publicamente que apoiam planos visando anexar a totalidade da Área C.
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