Israel aprova 1451 novas casas em colonatos ilegais na Cisjordânia ocupada

Israel aprovou a construção de 1451 novas casas em colonatos ilegais na Cisjordânia ocupada, informou o jornal israelita Haaretz. Foram apresentados planos para construir outras 837 unidades habitacionais para colonos, algumas em colonatos relativamente isolados.

A decisão foi tomada pelo Conselho Supremo de Planeamento da Administração Civil israelita, o órgão do Ministério da Defesa de Israel que governa a Cisjordânia ocupada (sob administração militar israelita desde 1967), planeia e organiza os seus colonatos e coordena com a Autoridade Palestina em questões de segurança.

Foi dada a aprovação final para construir 30 das 1451 unidades nos colonatos.

As unidades aprovadas serão construídas em 11 colonatos ilegais na Cisjordânia ocupada, adjacentes a Jerusalém Oriental e à Faixa de Gaza.

Segundo o Haaretz, o Conselho aprovou  220 unidades em Givat Ze'ev e 62 em Ma'aleh Mikhmash (em Jerusalém Oriental), 180 em Neveh Daniel (a oeste de Belém), 120 em Karmei Tzur (perto da cidade de Hebron), 129 em Avnei Hefetz (adjacente à cidade de Tulkarm), e outras unidades em colonatos mais pequenos na Cisjordânia.

Além disso, nas reuniões da Administração Civil isarelita foram avançados outros 13 planos de construção nos colonatos. Estes planos permanecem nas fases preliminares e incluem 604 unidades em oito colonatos israelitas.

A aprovação das unidades habitacionais nos colonatos ocorre num momento em que Israel se prepara para eleições legislativas em Abril próximo. Esta medida pode assim ser também encarada como um gesto eleitoralista de Netanyahu, já que a esmagadora maioria do eleitorado israelita é favorável à colonização, promovida por todos os governos israelitas desde a ocupação dos territórios palestinos em 1967.

Desde a eleição de  Donald Trump para a presidência dos EUA, em finais de 2016, Israel intensificou a construção e aprovação de colonatos na Cisjordânia, que são considerados ilegais pelo direito internacional.

Em finais de 2016, segundo dados da organização israelita B'Tselem (Centro de Informação para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados), aproximadamente 600 mil israelitas viviam em mais de 200 colonatos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, que o direito internacional considera «territórios ocupados». A IV Convenção de Genebra proíbe a instalação de população da potência ocupante no território ocupado, donde decorre que todos e cada um dos colonatos são ilegais à luz do direito internacional. A ilegalidade dos colonatos foi reafirmada pela resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, de 23 de Dezembro de 2016.

Hoje mesmo, a própria União Europeia — apesar da sua atitude complacente para com Israel — condenou as novas construções nos colonatos, declarando: «A posição da União Europeia sobre a construção de colonatos israelitas e actividades relacionadas é clara e permanece inalterada: toda a actividade de colonização é ilegal à luz do direito internacional e mina a viabilidade da solução de dois Estados e as perspectivas de uma paz duradoura.»

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