Israel adia expansão da zona de pesca de Gaza pela terceira vez

As Forças de Defesa (Forças Armadas) de Israel adiaram no domingo 6 de Novembro, pela terceira vez no espaço de uma semana, uma prevista expansão temporária da zona de pesca da Faixa de Gaza de seis milhas náuticas (11 quilómetros) para nove (17 quilómetros), alegando que as autoridades palestinas não tinham cumprido os seus compromissos, incluindo a colocação de um barco para observar a área de modo a monitorizar quaisquer violações.
O chefe da Coordenação das Actividades Governamentais nos Territórios (COGAT) de Israel, Yoav Mordechai, disse na sua página oficial do Facebook que a expansão tinha sido adiada para domingo, porque «os vossos representantes não aplicaram aquilo que foi acordado».
Mas o porta-voz do Ministério dos Assuntos Civis da Autoridade Palestina, Muhammad Maqadma, declarou ao jornal israelita «Jerusalem Post» que a AP tinha cumprido todos os compromissos. «O acordo não fala de um barco de monitorização; Israel só estabeleceu essa condição nos últimos dias.» Muhammad Maqadma classificou esta exigência como «uma pré-condição irrealista», dizendo que a Autoridade Palestina não tem a possibilidade de fornecer esse barco.
Quando em Abril a zona de pesca foi alargada, Israel não apresentou como condição a presença de um barco de monitorização.
Como parte do bloqueio de Gaza por Israel desde 2007, os pescadores palestinos são obrigados a trabalhar dentro de uma limitada «zona de pesca designada», cujos limites exactos são decididos pelas autoridades israelitas e têm variado ao longo do tempo. Recentemente foram alargados de três para seis milhas náuticas, na sequência de um acordo de cessar-fogo que terminou a ofensiva israelita de 2014 neste território palestino. Porém, nos acordos de Oslo assinados entre Israel e a Autoridade Palestina no início dos anos 1990, a zona de pesca foi tecnicamente definida em 20 milhas náuticas.
As forças navais israelitas atacam frequentemente pescadores que laboram dentro dos limites estabelecidos. No ano passado, abriram fogo contra pescadores palestinos pelo menos 139 vezes, matando três pessoas, ferindo dezenas de outras e danificando pelo menos 16 barcos de pesca.
Com dois milhões de habitantes, sujeita a um sufocante bloqueio desde 2007, a Faixa de Gaza tem uma das mais altas taxas de desemprego do mundo, cerca de 40%, sendo a pobreza muito generalizada. A expansão temporária da zona de pesca significaria um rendimento de centenas de milhares de shekels para os cerca de 4000 pescadores de Gaza, metade dos quais vivem abaixo do limiar da pobreza.
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