Há 15 anos começou a invasão do Iraque

Há 15 anos começou a invasão do Iraque, a chamada operação «Liberdade do Iraque». Na noite de 19 para 20 de Março de 2003, o presidente estado-unidense George W. Bush deu a ordem para a invasão, levada a cabo por uma coligação de países sob direcção dos EUA.
Os principais pretextos para a invasão foram a eliminação do arsenal de armas de destruição maciça que o Iraque pretensamente teria e as supostas ligações do regime iraquiano à al-Qaeda. Esses «argumentos» foram usados numa intensa e maciça campanha de mistificação informativa, em que alinharam todos os grandes meios de comunicação social, que reproduziram, acriticamente ou de forma cúmplice, as falsidades produzidas pelos serviços de informações ocidentais.
Afinal, as «razões» apresentadas pelos dirigentes estado-unidenses e britânicos para a invasão do Iraque — aceites e repetidas pelos seus aliados, incluindo o primeiro-ministro português Durão Barroso — vieram a mostrar-se todas falsas: nem sinais de armas de destruição em massa nem de ligações à al-Qaeda.
Mas o resultado foi catastrófico para o povo iraquiano. Em 2003, o Iraque foi bombardeado, destruído, saqueado e ocupado, depois de já anteriormente ter sofrido a operação «Tempestade no Deserto» (1991), que causou cerca de 200.000 mortos e feridos, e depois de um embargo de mais de dez anos que se saldou em centenas de milhares de mortes devido à privação de bens essenciais.
A agressão ao Iraque resultou na sua destruição como Estado soberano e pela brutalidade, com um custo humano para os iraquianos de milhões de mortos, deslocados e órfãos. Por outro lado, no caldo sectário fomentado pelos invasores, o terrorismo apareceu e cresceu, nomeadamente o chamado Estado Islâmico, organização terrorista nascida na guerra contra a Síria, com o apoio dos Estados Unidos e da Arábia Saudita e outros países do Golfo.
Para os EUA e para Israel, bem como as petromonarquias do Golfo, um objectivo estratégico fundamental foi e continua a ser impedir a existência de Estados fortes e soberanos, contrários ao sionismo e ao projecto de domínio imperial na região do Médio Oriente. Para o povo palestino, só pode ser negativo um reforço dos seus inimigos, com a a criação de condições mais difíceis para a sua luta e um recuo do apoio à sua causa e das perspectivas de uma solução conforme com os seus direitos e justas aspirações.
A paz é inseparável dos direitos, segurança e soberania dos povos do Médio Oriente.
 
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