Forças israelitas arrancam 500 oliveiras perto de Hebron, na Margem Ocidental ocupada

Escavadoras escoltadas por forças militares israelitas arrancaram, na quinta-feira 25 de Janeiro, 500 oliveiras perto da aldeia de Kharas, no distrito de Hebron da Margem Ocidental ocupada, segundo informa a agência noticiosa palestina Ma'an.
De acordo com informação de uma autoridade local, as oliveiras, todas com mais de 14 anos, plantadas em 2,5 hectares de terra, foram arrancadas sem aviso prévio. Faisal Moussa al-Hroub, um dos proprietários do terreno, declarou à Ma'an que as oliveiras arrancadas pelas forças israelitas eram suas e do seu irmão Muhammad e que o terreno era o principal rendimento deles e de dezenas de parentes seus.
Trata-se do terceiro caso de arranque de oliveiras — árvores altamente simbólicas para os palestinos — pelas forças israelitas no território palestino ocupado desde o início do ano, pondo em causa a subsistência de numerosas pessoas.
O primeiro caso do ano ocorrreu no dia 12 de Janeiro na zona de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada. Forças israelitas arrancaram e cortaram dezenas de oliveiras, para permitir a construção de uma estrada ligando um colonato próximo ao Ministério do Interior de Israel.
Um segundo caso teve lugar no distrito de Qalqiliya da Margem Ocidental ocupada, onde no dia 15 de Janeiro forças israelitas começaram a arrancar centenas de oliveiras propriedade de palestinos, alegadamente permitir a abertura de uma estrada para uso exclusivo de israelitas dos colonatos. O local foi declarado zona militar fechada pelas forças israelitas, proibindo o acesso de jornalistas, activistas e proprietários de terras. Foram presos um palestino e dois activistas israelitas, parte das dezenas de pessoas que se juntaram no local em protesto. O número total de oliveiras a serem arrancadas ascende a 2000, algumas com 500 anos, declarou Mousa al-Tabeeb, um dos proprietários. Funcionários da Administração Civil israelita (órgão das forças armadas de Israel para a administração dos territórios palestinos ocupados) tinham já na véspera invadido terrenos privados palestinos perto dos povoados de Izbat al-Tabib, al-Nabi Elyas e Azzun.
Ao passo que a estrada a construir se destina a uso exclusivo dos colonos, grande parte das terras das três aldeias foram sendo expropriadas desde que Israel ocupou a Margem Ocidental, em 1967. A maioria das casas nestas pequenas localidades palestinas — localizadas na Área C, que está sob completo controlo israelita — estão marcadas para demolição. Ao mesmo tempo, o colonato israelita de Alfe Menashe, localizado nas proximidades, continuou a expandir-se.
Todos os colonatos israelitas nos territórios palestinos ocupados são considerados ilegais à luz do direito internacional, como reafirmou a resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, de 23 de Dezembro de 2016.
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