Facebook colabora com Israel para monitorizar conteúdo que «incita à violência»

O governo israelita e o Facebook concordaram segunda-feira em trabalhar juntos para determinar como tratar do «incitamento à violência» na rede social, informa a agência Associated Press. «Incitamento à violência» é o modo como Israel se refere à oposição à sua política de ocupação, repressão e discriminação contra os palestinos.
O acordo foi anunciado após um encontro de altos quadros do Facebook com dois ministros israelitas, Ayelet Shaked, ministra da Justiça, e Gilad Erdan, ministro da Informação e ministro da Segurança Pública, Assuntos Estratégicos e Diplomacia Pública (cargo criado por Netanyahu especificamente para combater a oposição palestina e internacional às políticas de Israel).
Já antes do encontro, cuja importância é sublinhada pelo facto de o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se lhe ter referido no início da reunião do governo no domingo, a ministra da Justiça tinha afirmado que o Facebook, o Google e o YouTube aceitam até 95% por cento dos pedidos israelitas para apagar conteúdos que o governo diz incitarem à violência palestina.
A ministra Ayelet Shaked declarou após a reunião: «O nosso objectivo principal é que essas empresas monitorizem elas próprias o material que contém o incitamento.»
Por sua vez, um porta-voz do Facebook confirmou a colaboração, aceitando ao mesmo tempo implicitamente a definição israelita de «terrorismo»: «Viemos escutar e ver se podemos fazer mais. Nós temos tolerância zero para o terrorismo».
Políticos de Israel, com destaque para os ministros Ayelet Shaked e Gilad Erdan, têm acusado o Facebook de não bloquear posts de palestinos que «incitam à violência», sobretudo nos últimos tempos, em que se registaram uma série de ataques ou alegados ataques de jovens palestinos contra alvos israelitas, pretensamente inspirados pelas redes sociais. Têm-se repetido os casos de prisões de palestinos devido a publicações nas redes sociais, incluindo as do astrofísico Imad Barghouti e da poetisa Dareen Tatour.
Naturalmente, as acusações de Israel ignoram e branqueiam a cada vez mais frequente utilização das redes sociais por israelitas, particularmente colonos, para incitar à violência contra os palestinos. Para já não falar da diária acção terrorista do próprio Estado sionista contra os palestinos (que só este ano já se traduziu em 82 mortos e 2851 feridos).
 
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