EUA vetam na ONU resolução rejeitando a decisão de Trump sobre Jerusalém. Protestos prosseguem pelo 12.º dia

Os Estados Unidos vetaram esta segunda-feira no Conselho de Segurança da ONU um projecto de resolução que rejeitava a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Todos os outros 14 membros do Conselho de Segurança apoiaram o projecto.
Trata-se da 43.ª vez que os EUA utilizam o direito de veto para apoiar Israel.
O veto pronunciado pela embaixadora dos EUA, Nikki Haley, veio sublinhar o isolamento de Washington relativamente ao anúncio feito por Trump no dia 6 de Dezembro.
A decisão estado-unidense contraria o consenso internacional e as resoluções da ONU, que prevêem que o estatuto de o estatuto de Jerusalém só pode ser resolvido através de negociações, tendo desencadeado protestos e condenação em todo o mundo e em particular na Palestina.
Importantes aliados dos EUA como o Reino Unido, a França, a Itália, o Japão e a Ucrânia são alguns dos 14 países do Conselho de Segurança (que tem 5 membros permanentes, com direito de veto, e 10 membros não permanentes) que apoiaram o projecto de resolução, o qual afirmava que qualquer decisão sobre o estatuto de Jerusalém «não tem efeito jurídico, é nula e sem efeito e deve ser revogada».
O projecto de resolução, apresentado pelo Egipto, insiste em que Jerusalém é uma questão «a ser resolvida através de negociações» entre israelitas e palestinos e «lamenta profundamente decisões recentes sobre o estatuto de Jerusalém» sem, no entanto, nomear os Estados Unidos.
Riyad Mansour, embaixador palestino na ONU, reagiu ao veto dizendo: «A decisão dos EUA encoraja Israel a persistir nos seus crimes contra o povo palestino e a continuar a ocupação do nosso território. Nenhuma retórica poderá esconder esta complacência com o prolongamento da ocupação.»
Entretanto, prosseguiram na Margem Ocidental ocupada e na Faixa de Gaza cercada, pelo 12.º dia consecutivo, os protestos contra o reconhecimento pelos EUA de Jerusalém como capital de Israel. Segundo informação do Crescente Vermelho Palestino, hoje 19 palestinos ficaram feridos em confrontos com as forças de ocupação israelitas na Margem Ocidental e na Faixa de Gaza.
Desde 7 de Dezembro, 10 palestinos foram mortos e mais de 3500 ficaram feridos nos confrontos e manifestações lançados em protesto contra a decisão do presidente dos EUA.
 
 
Print Friendly, PDF & Email
Share