Estado de saúde crítico de preso palestino em greve de fome preocupa Coordenador Especial da ONU
O Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Nickolay Mladenov, manifestou hoje a sua preocupação com a situação de Maher al-Akhras, que está em greve de fome há 81 dias.
Segundo a agência Wafa, Mladenov apelou a Israel para que acusasse al-Akhras e especificasse um tempo para a sua prisão ou o libertasse imediatamente, a ele e a todos os detidos administrativos.
Al-Akhras, 49 anos, da região de Jenin, no Norte da Cisjordânia, iniciou uma greve de fome aberta para protestar contra a sua detenção administrativa, quando foi detido em Julho. Após 81 dias de greve de fome, há uma profunda preocupação com a sua saúde. O período de detenção administrativa deve terminar em 26 de Novembro, mas pode ser renovado indefinidamente.
O Primeiro-Ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, apelou à libertação imediata de Maher al-Akhras, na sequência da grave deterioração da sua saúde, instando a uma pressão internacional sobre Israel para que o liberte e ponha termo à sua política de detenção administrativa ilegal contra activistas palestinos.
Grupos de defesa e a sua família dizem que al-Akhras está actualmente num hospital israelita após uma grave e crítica deterioração da sua saúde, particularmente depois de ter deixado de tomar suplementos alimentares e de se submeter a exames físicos. Temem que ele possa morrer a qualquer momento.
Dezenas de presos palestinos em Israel em greves de fome de solidariedade
Cerca de 60 presos palestinos, associados à Fatah e à Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), detidos nas prisões israelitas, iniciaram hoje uma greve de fome aberta em solidariedade com três dos seus colegas mantidos em isolamento.
O porta-voz da Comissão dos Assuntos dos Detidos e Ex-Detidos, Hassan Abed-Rabbo, em declarações à agência Wafa, confirmou que cerca de 60 presos palestinos iniciaram uma greve de fome em protesto contra a decisão do Serviço Prisional Israelita (IPS) de continuar a manter incomunicáveis três líderes do movimento de prisioneiros — Wael al-Jaghoub, Hatem Qawasmi e Omar Khurwat — estando Qawasmi e Khurwat em isolamento há seis meses.
Anteontem, outros 30 presos iniciaram uma greve de fome aberta em solidariedade com Maher al-Akhras.
341 palestinos detidos em Setembro
Israel deteve 341 palestinianos em Setembro de 2020, incluindo 32 menores e três mulheres, de acordo com a Sociedade de Prisioneiros da Palestina (PPS).
Segundo a mesma fonte, cerca de 4400 palestinos, incluindo 39 mulheres e 155 menores, estão nas prisões e centros de detenção de Israel.
Três centenas e meia de palestinos estão sob detenção administrativa. O procedimento de detenção administrativa permite que as autoridades militares israelitas detenham palestinos, sem formular acusação ou levá-los a julgamento, por períodos que variam entre três e seis meses, que podem ser prorrogados indefinidamente, com base em provas que não são reveladas, nem mesmo ao advogado do detido.