Escritores, actores e músicos britânicos condenam decisão de Trump sobre Jerusalém

Tilda Swinton, Mark Ruffalo, Roger Waters, Peter Gabriel e Brian Eno são alguns das dezenas de escritores, músicos e actores que condenaram a decisão de Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, numa carta enviada ao diário britânico «The Guardian»
«Ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel», afirma a carta, «Donald Trump procura alcançar com uma declaração aquilo que Israel vem tentando fazer há 50 anos pela força das armas: apagar os palestinos, como presença política e cultural, da vida de sua própria cidade.»
«Os palestinos de Jerusalém já estão sujeitos a uma discriminação municipal a todos os níveis e a um processo de limpeza étnica.»
A carta, entre cujos signatários também se incluem o dramaturgo Caryl Churchill, o realizador Mike Leigh e as actrizes Maxine Peake, Julie Christie e Juliette Stephenson, destaca a «política incessante de demolições de casas» por Israel, bem como o encerramento de «pelo menos 35 instituições públicas e ONGs palestinas em Jerusalém Oriental ocupada» nos últimos 15 anos.
A carta observa que «as instituições culturais têm sido particularmente visadas», acrescentando que «ao mesmo tempo, as autoridades e empresários israelitas gastaram milhões para fazer desaparecer os bairros palestinos de modo a criar projectos “de património” que promovem um mito de identidade urbana mono-étnica, que se diz remontar a 3000 anos».
«Rejeitamos o conluio de Trump com essa manipulação racista e o seu desrespeito pelo direito internacional», conclui a carta.
«Deploramos a sua disponibilidade para coroar a conquista militar israelita de Jerusalém Oriental e a sua indiferença aos direitos palestinos. Como artistas e como cidadãos, contestamos a ignorância e a desumanidade dessas políticas e saudamos a resiliência dos palestinos que vivem sob a ocupação».
 
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