Embaixada dos EUA abrirá em Jerusalém na véspera dos 70 anos da Nakba: provocação e agressão, dizem os palestinos

Os Estados Unidos vão mudar a sua embaixada em Israel de Tel Aviv para Jerusalém em Maio, para coincidir com o 70.º aniversário da independência de Israel.
O Departamento de Estado anunciou hoje que a embaixada dos EUA abrirá portas em Jerusalém em 14 de Maio, precisamente a véspera do dia em que se assinalam 70 anos desde a Nakba (catástrofe), a limpeza étnica de dois terços do povo palestino por Israel.
A decisão estado-unidense, unilateral e ilegal, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e para aí transferir a sua capital, anunciada por Trump em 6 de Dezembro, desencadeou uma onda de protestos dos palestinos e foi condenada no mundo inteiro.
A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou em 21 de Dezembro, por maioria esmagadora, uma resolução que rejeita a decisão dos Estados Unidos e exorta todos os Estados «a absterem-se de estabelecer missões diplomáticas» em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980.
Os palestinos condenaram hoje como uma provocação e um acto de agressão o anúncio da transferência da embaixada dos EUA para Jerusalém em 14 de Maio.
Saeb Erekat, secretário do Comité Executivo da OLP, afirmou que a decisão dos EUA de transferir a embaixada mostrou uma «determinação de violar o direito internacional, destruir a solução de dois Estados e provocar os sentimentos do povo palestino, bem como de todos os árabes, muçulmanos e cristãos de todo o mundo».
Por seu lado, Mustafa Barghouti, secretário-geral da Iniciativa Nacional Palestina, declarou que a decisão de transferir a Embaixada dos EUA para Jerusalém no 70º aniversário da Nakba é uma provocação para os sentimentos de todos os palestinos, acrescentando que a OLP e a Autoridade Palestina devem responder imediatamente a esta decisão aplicando as decisões do Conselho Central da OLP realizado em 14 e 15 de Janeiro.
Também Abdulatif Qanu’a, porta-voz do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), reagiu declarando que «esta medida nem dará legitimidade à ocupação israelita nem alterará a história de Jerusalém. A decisão dos EUA é uma violação flagrante do direito e das resoluções internacionais».
 
Print Friendly, PDF & Email
Share