Eleições municipais na Margem Ocidental, em clima de divisão política

Os resultados das eleições municipais realizadas ontem na Margem Ocidental ocupada foram hoje, 14 de Maio, anunciados pela Comissão Eleitoral Central palestina (CEC).
As eleições, convocadas pela Autoridade Palestina, dominada pelo movimento Fatah, só tiveram lugar na Margem Ocidental. O Hamas, no poder na Faixa de Gaza cercada, rejeitou a sua legitimidade, dizendo que elas só deveriam realizar-se após a reconciliação entre o Hamas e a Fatah, em conflito há mais de uma década.
Foram às urnas em 145 municípios 420.682 eleitores (53,4%), de um total de 787.386. Noutros 181 municípios só concorria uma lista, vencendo automaticamente, enquanto em 65 localidades não se apresentaram quaisquer listas.
A taxa de participação foi praticamente a mesma que nas eleições locais de 2012 e 2005.
O Movimento Islâmico de Resistência (Hamas), a Jihad Islâmica e da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) boicotaram as eleições, considerando não estarem reunidas as necessárias condições. Foi também invocado que neste momento as atenções deveriam estar viradas para a solidariedade com a greve da fome dos presos políticos nas prisões israelitas, hoje no seu 28.º dia.
Apenas alguns partidos políticos se apresentaram oficialmente às eleições. De acordo com a CEC, as listas não ligadas oficialmente a quaisquer partidos políticos obtiveram 65% dos lugares dos conselhos municipais, tendo as listas oficiais de partidos políticos obtido os 35% restantes.
Apesar do boicote, o Hamas incentivou os palestinos a votarem nos candidatos «mais competentes», reconhecendo o «papel crucial» dos conselhos locais na Margem Ocidental ocupada para se oporem às políticas israelitas e prestarem serviços básicos para o povo palestino.
A AP foi proibida pelas autoridades de ocupação israelitas de realizar eleições em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel após 1967.
Devido à falta de acordo entre as facções palestinas, desde 2006 que não se realizam eleições para o Conselho Legislativo Palestino (parlamento dos territórios sob administração da Autoridade Palestina). Por seu lado, o presidente da AP, Mahmoud Abbas, eleito em 2005, deveria ter terminado o mandato em 2009.
 
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