«É imperativo interromper o apoio à máquina de morte israelita!», por José Oliveira

Nos 600 dias que leva a guerra lançada contra a Faixa de Gaza, os Estados Unidos têm mantido uma ponte aérea e marítima ininterrupta com Israel: 800 aviões e 140 navios já entregaram 90 mil toneladas de armamento, munições, veículos blindados e material militar. 

Este apoio, segundo o próprio Ministério da Defesa de Israel, é «crítico» para sustentar a agressão. Os Estados Unidos (e outras potências ocidentais, incluindo a União Europeia) são cúmplices directos do genocídio em curso. Sem a sua cooperação militar, financeira e política, Israel não poderia prosseguir o massacre nem mais um dia. 

O armamento de Israel, sublinhe-se, alimenta não só o massacre do povo palestino como a agressão aos países seus vizinhos (nomeadamente Síria, Líbano, Iémen, Iraque, Irão), contribuindo para um clima de instabilidade e guerra permanente no Médio Oriente. 

Além de armamento convencional, Israel possui actualmente (segundo o SIPRI) cerca de 80 armas nucleares. Israel é a única potência nuclear do Médio Oriente, capacidade que obteve com a ajuda da França e depois dos Estados Unidos. 

O fornecimento de armas a Israel, por outro lado, só é possível porque há países que facilitam o seu trânsito e empresas, com relevo para a Maersk, que as transportam. 

Mas não é apenas o fornecimento directo de armas que alimenta a máquina de guerra de Israel. A União Europeia, através dos seus programas de apoio à investigação (Horizon 2020 e Horizon Europe), desde 2007 financiou o complexo militar e de segurança israelita, que envolve o meio académico e a indústria, com 2600 milhões de euros, contribuindo para a subjugação do povo palestino. 

Para deter a mão dos assassinos é urgente:

– Proibir a importação, exportação, transbordo ou simples trânsito de equipamento militar de ou para Israel, com sanções para os incumpridores;

– Suspender o Acordo de Associação União Europeia-Israel; 

– Retirar a Israel o estatuto de associado do programa Horizon Europe.

Aqui não há neutralidade possível: é imperativo interromper o apoio à máquina de morte israelita!

Palestina vencerá!


José Oliveira é editor e membro da Direcção Nacional do MPPM


Este é o texto da intervenção de José Oliveira no Painel 1 – Paz e Desarmamento do IV Encontro pela Paz realizado no Seixal em 31 de Maio de 2025

Quarta, 09 de Julho de 2025 - 18:09