Dignitários cristãos da Palestina condenam decisão dos EUA sobre Jerusalém

Vários dignitários cristãos da Palestina rejeitaram ontem a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
Num momento em que Belém, normalmente repleta de turistas nesta época do ano, quase não tinha visitantes devido aos confrontos entre forças israelitas e manifestantes palestinos, os dignitários cristãos classificaram de «perigosa» e «insultuosa» a decisão dos EUA, sublinhando ao mesmo tempo a centralidade de Jerusalém para as três religiões monoteístas.
«A paz começa com Jerusalém. O poder não pode impor uma paz injusta», disse o ex-patriarca latino Michel Sabah, que acrescentou: «Os lugares sagrados são governados pelo status quo, que deve ser respeitado».
No mesmo sentido se pronunciou o arcebispo ortodoxo grego Attallah Hanna: «Nós, palestinos, cristãos e muçulmanos, rejeitamos o reconhecimento pelos EUA de Jerusalém como capital de Israel.»
O bispo Munib Younan, da Igreja Luterana, declarou por seu lado que os dirigentes cristãos escreveram a Trump antes de este anunciar sua decisão sobre Jerusalém, instando-o a não tomar qualquer medida que prejudique o estatuto de Jerusalém, «porque prejudicaria a paz e a justiça não apenas em Jerusalém mas em todo o Médio Oriente».
O padre franciscano Ibrahim Filtis considerou que a declaração dos EUA fez regressar a causa palestina ao primeiro plano das notícias e interesses mundiais, ao mesmo tempo que pedia aos cristãos para participarem na tradicional procissão de Natal de Jerusalém até Belém, que será encabeçada pelo Administrador Apostólico Arcebispo Pierbattista Pizzaballa.
Finalmente, Mitri Raheb, pastor da Igreja Evangélica Luterana em Belém, acusou o presidente dos EUA de roubar as festividades de Natal da Terra Santa com sua declaração sobre Jerusalém.
 
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