Depois da reunião com Biden o governo israelita impulsiona plano de colonatos na zona E1

A ONG israelita Peace Now revelou que o governo israelita está a dar novo impulso à construção de colonatos na zona E1 (East One), dias depois de o primeiro-ministro Naftali Bennett se ter encontrado com o presidente dos EUA, Joe Biden.

A zona E1 situa-se a nordeste de Jerusalém e tem uma área de cerca de 15 quilómetros quadrados. Nela residem perto de 10 000 beduínos que o governo israelita tem vindo a relocalizar pela força. O plano prevê a construção de unidades residenciais só para judeus ligando Jerusalém ao bloco de colonatos Ma'ale Adumim. Está também previsto um prolongamento do Muro do Apartheid envolvendo toda a zona de colonatos a leste de Jerusalém.

O Conselho Superior de Planeamento (CSP) israelita convocou uma audiência para 4 e 18 de Outubro, para discutir as objecções apresentadas por Peace Now, Ir Amim e outras entidades aos planos de construção de 3412 unidades habitacionais na zona E1.

O CSP tinha anteriormente cancelado uma audiência marcada para Agosto. A Peace Now considera que o governo de Israel teve, então, a oportunidade de retirar o plano, mas em vez disso o plano foi promovido e o CSP anunciou a nova data para a audiência no início de Outubro, logo após as férias em Israel.

Este plano é considerado excepcionalmente letal para as hipóteses de paz e para a solução dos dois Estados, uma vez que corta transversalmente a Cisjordânia e impede o desenvolvimento de uma área metropolitana palestina entre Ramala, Jerusalém Oriental e Belém.

Tem havido tentativas de promover este plano desde os anos 90, mas devido à oposição em Israel e no mundo, não foi promovido até Netanyahu ordenar a sua aprovação para depósito em 2012. Depois de anos em que o plano esteve congelado, Netanyahu promoveu-o novamente na véspera das eleições de Fevereiro de 2020.

A Peace Now comenta: «Este plano representa uma ameaça real para a oportunidade de paz, pelo que ganhou forte oposição em Israel e internacionalmente. Em vez de aproveitar a reunião com o Presidente Biden para um futuro melhor para a região, o governo está a promover as perigosas políticas de Netanyahu. O Primeiro-Ministro e o Ministro da Defesa podem e devem congelar este plano para que o interesse israelita seja salvaguardado e um erro seja evitado.»

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