Crianças palestinas vítimas de Israel evocadas no Dia Mundial da Criança

O Projecto Ruído – Associação Juvenil assinalou o Dia Mundial da Criança, 1 de Junho, com um acto público em Sete Rios, Lisboa, a que o MPPM se associou. Numa homenagem às crianças palestinas, foram afixados cartazes com nomes de crianças palestinas assassinadas por Israel durante o seu ataque genocida à Faixa de Gaza.

O comediante Manuel Rosa contextualizou o acto público e leu alguns poemas de poetas palestinos, dando a palavra, sucessivamente, a Mariana Metelo (Projecto Ruído) e José Oliveira (MPPM).

Encerrou o acto a senhora Embaixadora da Palestina, Rawan Sulaiman.

Texto da intervenção de José Oliveira em nome do MPPM:

No dia em que assinalamos o Dia da Criança, em Gaza a infância está a ser exterminada.

Desde Outubro de 2023, Israel matou mais de 17.000 crianças palestinas. Milhares de outras foram feridas, ficaram sem o pai ou a mãe, ou sem os dois, ou estão desaparecidas sob os escombros. Todos os dias, 100 crianças são mortas ou feridas. Uma a cada 15 minutos.

Metade da população de Gaza são crianças. E nenhuma está segura. Estão a morrer sob os bombardeamentos, mas também de fome e sede, vítimas de um cerco total.

Estas crianças não são estatísticas, são seres humanos, com identidade e nome. Os nove filhos da médica pediatra Alaa al-Najjar mortos no dia 23 de Maio num bombardeamento israelita tinham nome: Yahya, Rakan, Ruslan, Jubran, Eve, Revan, Sayden, Luqman, e Sidra. Estas crianças não são danos colaterais — são vítimas de um crime sistemático e premeditado.

E temos de apontar o dedo aos criminosos. Israel, claro, mas também os seus cúmplices: Estados Unidos, União Europeia e outros, sem cuja cooperação militar, financeira e política Israel não poderia prosseguir o massacre nem mais um dia.

Muitos que compactuaram ou se calaram começam agora a fazer ouvir um tímido e insuficiente protesto. Isso deve-se em primeiro lugar à heróica resistência dos palestinos, mas também à acção persistente e determinada dos que, como nós e em todo o mundo, desde o início denunciaram o crime.

E podem ter a certeza: neste momento definidor da posição moral de cada um perante o genocídio em Gaza, nós aqui continuaremos, do lado certo, o lado da solidariedade e da justiça. Não nos calarão, não nos intimidarão. Continuaremos do lado do agredido contra o agressor, do lado do ocupado contra o ocupante, do lado das vítimas contra os criminosos.

Tantas vezes quantas necessário. Como faremos já na próxima quarta-feira, dia 4, às 18h no Chiado.

Continuaremos a exigir que Portugal reconheça o Estado da Palestina. A exigir a proibição da importação, exportação, transbordo ou trânsito de equipamento militar para Israel. A exigir a suspensão do Acordo de Associação União Europeia–Israel. A exigir o fim do genocídio e a entrada irrestrita de ajuda humanitária.

Continuaremos sempre ao lado do povo palestino na luta pelo fim da agressão, pela libertação dos presos e o direito de regresso dos refugiados, pelos seus direitos nacionais imprescritíveis, por uma Palestina livre e soberana.

Palestina vencerá!

Segunda, 02 de Junho de 2025 - 12:32