Criança palestina é a 78ª vítima mortal do exército israelita este ano

Waleed Nassar, de 14 anos, sucumbiu aos ferimentos que sofreu durante o ataque do exército israelita à cidade e o campo de refugiados de Jenin, na passada terça-feira, elevando para 78 o número de palestinos assassinados por Israel, em 2023, que incluem 14 menores e uma mulher.

Hoje de manhã, uma unidade especial das forças israelitas entrou na cidade de Jabaa', a sul de Jenin e abriu fogo sobre um veículo palestino em que se encontrava três jovens, matando-os a todos. Os três palestinos mortos foram identificados como Sufyan Fakhoury, 26 anos, Nayef Malayshah, 25 anos, e Ahmad Fashafsha, 22 anos.

Na passada terça-feira, seis palestinos foram mortos e outros 26 ficaram feridos durante um ataque do exército israelita à cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia. Os mortos foram identificados como Mohammad Wael Ghazawi, 26 anos, Majd Mohammad Huseinieh, 26 anos, Tareq Ziad Natour, 27 anos, Ziad Amin Zareini, 29 anos, Abdul Fattah Hussein Khrousheh, 49 anos, e Mutasem Nasser Sabbagh, 22anos.

Três dos feridos ficaram em estado crítico. Com o falecimento, hoje, de Waleed Nassar, o número de palestinos mortos pelas forças israelitas no assalto de 7 de Março a Jenin aumentou agora para sete.

Países árabes e islâmicos condenam veementemente Israel

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita afirmou a total rejeição do Reino pelas graves violações cometidas pelas forças de ocupação israelitas, expressando sinceras condolências e simpatia às famílias das vítimas e ao governo e ao povo da Palestina e desejando uma rápida recuperação para os feridos.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia afirmou numa declaração que Israel deveria parar imediatamente a escalada militar contra o povo palestino, advertindo que a escalada conduzirá a uma maior deterioração da situação e a mais violência, bem como minará os esforços para alcançar a calma, apelando ao fim das «medidas israelitas ilegítimas e ilegais, e a empenhar-se seriamente em negociações efectivas para alcançar uma paz justa e abrangente que ponha fim à ocupação e alcance um Estado palestino independente com Jerusalém Oriental ocupada como sua capital nas fronteiras de 4 de Junho de 1967».

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Catar considerou o ataque como «uma violação flagrante das resoluções de legitimidade internacional», alertando para uma explosão nos territórios palestinos e exortando a comunidade internacional «a tomar medidas urgentes para pôr fim à agressão israelita, proporcionar protecção ao povo palestino irmão e responsabilizar Israel pelos seus crimes horríveis nos territórios palestinos ocupados».

O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egipto afirmou «a sua total rejeição da política de repetidas incursões israelitas e das consequentes baixas civis entre o povo palestino, que é acompanhada pela destruição de propriedade, a demolição de casas e a perda de vidas, em clara violação das regras do direito internacional. Isto anuncia uma grave deterioração da situação de segurança e humanitária nos territórios palestinos ocupados e ameaça desestabilizar a região».

O Egipto apelou a todos os actores internacionais, liderados pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pelos membros do Conselho de Segurança, «para que assumam as suas responsabilidades no sentido de pôr fim às medidas unilaterais e intensificadas em curso e de criar condições que permitam que dêem fruto os esforços para trazer calma e um acordo pacífico , longe do ciclo destrutivo de violência existente».

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia disse numa declaração: «Condenamos veementemente a crescente agressão e actos de violência por parte das forças israelitas e dos colonos israelitas na Cisjordânia», sublinhando que «o assassinato de seis palestinos em Jenin e os actos de violência e intimidação por parte dos colonos israelitas contra os residentes palestinos da cidade de Huwara na Cisjordânia são inaceitáveis».

O Ministério dos Negócios Estrangeiros turco declarou ainda: «Estes crescentes ataques e acções alimentam a espiral de violência, agravando ainda mais a tensão na região, e mais importante ainda, prejudicam os esforços internacionais com vista a desanuviar a tensão, num período em que se aproxima o mês sagrado do Ramadão» e exortou o governo israelita «a agir com bom senso e responsabilidade».

O Secretário-Geral do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), Jassem Mohammad Al-Budaiwi, condenou o ataque das forças de ocupação israelitas à cidade de Jenin e ao seu campo de refugiados e apelou à comunidade internacional para agir urgentemente para pôr termo à agressão israelita, sublinhando a importância de proporcionar a protecção necessária ao povo palestino e apoiar os esforços regionais e internacionais para fazer avançar o processo de paz no Médio Oriente.

Al-Budaiwi reafirmou a posição dos países do CCG no sentido de a questão palestina ser a principal questão para árabes e muçulmanos, e o apoio ao estabelecimento de um Estado palestino independente dentro das fronteiras de 4 de Junho de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital.

O Secretariado Geral da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) condenou o que descreveu como «o crime horrendo cometido pelas forças de ocupação israelitas no campo de Jenin, que causou seis mártires e vários feridos palestinos, bem como a continuação de actos de violência e intimidação perpetrados por colonos extremistas na cidade palestina de Huwara, no que é uma clara extensão da agressão aberta de Israel contra o povo palestino, numa flagrante violação do direito humanitário internacional.»

A OCI considerou a ocupação israelita «totalmente responsável pelas consequências dos seus contínuos crimes e agressões que irão aumentar a tensão e instabilidade na região». Ao mesmo tempo, apelou aos actores internacionais para que interviessem no sentido de «pôr termo aos contínuos crimes israelitas em todo o território palestino ocupado, incluindo a cidade de Al-Quds Al-Sherif [Jerusalém], e de proporcionar protecção internacional ao povo palestino».

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