Chefe da diplomacia da UE condena decisão de Israel de construir no colonato de Giv’at HaMatos

O Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell declarou-se hoje «profundamente preocupado com a decisão das autoridades israelitas de abrir o concurso para a construção de unidades habitacionais num colonato inteiramente novo em Giv’at HaMatos.»

«Este é um local-chave entre Jerusalém e Belém, na Cisjordânia ocupada. Qualquer construção de colonatos causará sérios danos às perspectivas de um Estado palestino viável e contíguo e, em termos mais gerais, à possibilidade de uma solução negociada de dois Estados de acordo com os parâmetros acordados internacionalmente e com Jerusalém como a futura capital de dois Estados.»

Recordando que «a UE tem apelado repetidamente a Israel para que ponha termo a toda a actividade de colonatos e desmantele os postos avançados construídos desde Março de 2001», Borrell reiterou que «continua a ser a posição firme da UE de que os colonatos são ilegais à luz do direito internacional.»

Borrell reage assim à notícia de que Israel aprovou hoje o concurso para a construção de 1257 novas unidades habitacionais no colonato ilegal de Giv’at HaMatos, em Jerusalém Oriental ocupada por Israel durante a guerra de 1967.

Em 2014, Israel tinha congelado a decisão de construir 2600 unidades habitacionais no mesmo colonato, devido à pressão internacional.

Para a organização israelita de direitos humanos Peace Now, a construção em Giv’at HaMatos e a projectada expansão do colonato de Har Homa são um rude golpe para a solução de dois Estados, porque acabarão por bloquear a possibilidade de contiguidade territorial entre Jerusalém Oriental e Belém e, em particular, impedirão a ligação a um futuro Estado palestino das comunidades de Beit Safafa e Sharaft onde residem 25 000 Palestinos.

O plano para Giv’at HaMatos contempla a construção faseada de 4000 unidades habitacionais enquanto o da expansão de Har Homa prevê 2200 novas unidades.

The Applied Research Institute – Jerusalem (ARIJ), numa monografia sobre Beit Safafa e Sharaft, refere que Israel confiscou a estas duas povoações 200 hectares de terras para a construção dos colonatos de Gilo, Har Homa e Giv’at HaMatos.

De acordo com o jornal Haaretz, o governo israelita planeará aprovar milhares de unidades habitacionais em colonatos em Jerusalém Oriental antes da tomada de posse do Presidente eleito dos EUA, Joe Biden, a 20 de Janeiro.

Na imagem: Caravanas de imigrantes judeus etíopes e russos em Giv’at HaMatos (Foto: AFP)

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