Bilal Kayed libertado! Grevistas da fome Ahmad Abu Fara e Anas Shadid em situação desesperada

Bilal Kayed, preso político palestino que realizou este ano uma greve da fome de 71 dias, foi finalmente libertado pelas autoridades israelitas na segunda-feira, 12 de Dezembro, após 15 anos nas prisões israelitas.
Destacado dirigente do movimento dos presos palestinos dentro das cadeias israelitas, Kayed tornou-se muito conhecido na Palestina e ao nível internacional ao lançar, em 15 de Junho de 2016, uma greve da fome pela sua liberdade.
Militante da Frente Popular para a Libertação da Palestina, deveria ter sido libertado em 13 de Junho, após ter terminado a sua pena de 14 anos e meio por participação na segunda Intifada; mas em vez de ser libertado foi sujeito a seis meses de detenção administrativa.
No regime detenção administrativa, Israel pode manter palestinos encarcerados por períodos de seis meses indefinidamente renováveis, sem julgamento nem culpa formada e sem sequer justificar os motivos da detenção.
Centenas de presos palestinos de diferentes linhas políticas realizaram greves da fome de solidariedade dentro das cadeias israelitas, e registaram-se demonstrações de solidariedade na própria Palestina e em numerosos outros países. Em Portugal, também o MPPM apelou à sua libertação, bem como de todos os presos e detidos administrativos [Comunicado 13/2016].
Mais de mil palestinos juntaram-se na aldeia de Asira al-Shamaliyeh, perto de Nablus, para dar as boas vindas a Bilal Kayed, que usou da palavra, sublinhando a importância da unidade nacional e a força da firmeza palestina. Na celebração participaram também os antigos grevistas da fome Khader Adnan e Mohammed al-Qeeq, assim como as ex-presas Rula Abu Deho e Khaleida Jarrar, e ainda a esposa de Ahmad Sa'adat, secretário-geral da FPLP, encarcerado há longos anos por Israel.
Os oradores exortaram à intensificação da luta pela libertação de todos os prisioneiros políticos palestinos, incluindo Ahmad Abu Fara e Anas Shadid, que se encontram em greve da fome há 80 e 81 dias, respectivamente, em protesto pela sua detenção administrativa desde 1 e 2 de Agosto.
O Supremo Tribunal de Israel rejeitou um requerimento dos advogados no sentido da sua libertação da detenção administrativa. Em resposta, Ahmad Abu Fara e Anas Shadid, que se encontram, anunciaram que vão boicotar todos os tribunais da ocupação e que vão deixar de beber água. Estão ambos numa situação de saúde desesperada, correndo risco iminente de danos irreparáveis.
Segundo informações do grupo de defesa dos direitos dos presos Addameer, em Outubro de 2016 havia 7000 palestinos presos em cadeias israelitas, 720 dos quais em detenção administrativa.
 
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