Ataque de Israel contra território sírio viola legalidade internacional e aumenta perigo de guerra no Médio Oriente
1. O MPPM condena o ataque militar de Israel contra território sírio, no passado dia 30 de Janeiro. Trata-se dum acto de agressão contra um país soberano e uma violação grosseira da legalidade internacional, que tem de ser claramente condenado pelo governo português.
2. O ataque israelita contra o centro de investigação militar de Jamraya representa ainda uma perigosa escalada no envolvimento externo no conflito sírio, que ameaça atear o fogo da guerra em todo o Médio Oriente, num contexto já marcado pela instalação dos mísseis Patriot da NATO em território turco e pelas permanentes ameaças de ataque contra o Irão.
3. O MPPM recorda que Israel ocupa, desde há 46 anos, os Montes Golã sírios, como resultado duma agressão militar e em violação de numerosas resoluções da ONU. Trata-se duma situação intolerável, a que urge pôr fim imediato.
4. O ataque militar contra a Síria, no rescaldo do ataque a Gaza de há poucas semanas e das sucessivas violações do respectivo acordo de cessar-fogo, confirma mais uma vez que Israel é um foco permanente de guerra, agressão e ocupação, não apenas contra o povo palestino, mas contra todos os povos da região. O ataque ilustra ainda que a situação na Síria está a ser aproveitada por potências estrangeiras para desenvolver os seus desígnios de ingerência e controlo sobre a região e os seus enormes recursos.
5. O MPPM exige o fim imediato de todas as ingerências externas que, desde a primeira hora, têm sido um factor determinante na militarização da situação na Síria, inviabilizando qualquer tentativa de entendimento político, e minando os esforços diplomáticos para uma solução negocial do conflito. Estas ingerências externas são indissociáveis dos planos de algumas potências para de novo dividirem os povos da região, fragmentarem ou debilitarem os seus Estados e procederem a novas partilhas coloniais do Médio Oriente e Norte de África. O MPPM considera que o futuro do Médio Oriente tem de ser determinado exclusivamente pelos povos da região.
Lisboa, 31 de Janeiro de 2013
A Direcção Nacional do MPPM