Apenas quatro por cento das famílias de Gaza têm acesso a água segura

Água, bem escasso na Palestina

Um estudo divulgado ontem pelo Gabinete Central de Estatísticas da Palestina (PCBS) e pela Autoridade Palestina da Água indica que apenas quatro por cento dos agregados familiares na Faixa de Gaza têm acesso a água potável segura.

Mais de 97% da água bombeada do aquífero costeiro na Faixa de Gaza não cumpre os padrões de qualidade da água da Organização Mundial de Saúde, levando ao esgotamento das reservas de águas subterrâneas, onde o nível das águas subterrâneas no aquífero costeiro atingiu 19 metros abaixo do nível do mar.

Como resultado do crescimento populacional e considerando a elevada percentagem de poluição da água na Faixa de Gaza, a quota de água doce adequada para uso humano é de apenas 22,4 litros por dia per capita.

O consumo médio diário per capita na Palestina é de 81,9 litros – abaixo dos 100 litros por dia considerados como limite mínimo pela Organização Mundial de Saúde – como resultado de Israel controlar mais de 85% da água palestina.

Desde que Israel ocupou a Cisjordânia em 1967, os palestinos têm sido impedidos de aceder e extrair água do rio Jordão, o que representava então cerca de 250 milhões de metros cúbicos por ano.

Com a escassez de água e as restrições israelitas ao acesso aos recursos, as cidades palestinas são forçadas a comprar água à companhia de água israelita Mekorot. Em 2019 compraram 84,2 milhões de metros cúbicos, o que representa quase 40% da quantidade de água adequada para uso doméstico.

Num discurso no Dia Mundial da Água, o Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, afirmou hoje que a ameaça existencial que a ocupação israelita representa para os palestinos, através do controlo da terra e dos recursos naturais, incluindo a água, continua a ser o maior desafio ao desenvolvimento e ao avanço da economia nacional.

Sublinhou a necessidade de esforços contínuos para enfrentar as ambições expansionistas e os planos de anexação ilegítimos de Israel, que estão a ser desenvolvidos especialmente no Vale do Jordão.
 

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