Ahmad Dawabsha, de 6 anos, sai do hospital um ano depois de fogo posto que matou a sua família

Quase um ano após a data em que a sua mãe, pai e irmão de 18 meses foram assassinados num ataque incendiário contra a casa da família, Ahmad Dawabsha, de seis anos, teve alta esta sexta-feira do Centro Médico Sheba, de Israel.
O rapazinho ficou gravemente ferido no ataque, que ocorreu na localidade de Duma, no distrito de Nablus, em 31 de Julho de 2015, e desde então teve de ser submetido a uma série de complexas operações.
Ahmad foi entregue aos cuidados de Hussein Dawabsha, seu avô materno. Terá de regressar ao hospital para controlos semanais e deverá ser submetido a novas operações nos próximos meses, a maioria delas de cirurgia plástica, para ajudar a reconstruir partes do seu corpo e cara que ficaram gravemente queimadas.
Dois suspeitos israelitas, pertencentes a uma organização terrorista judaica, foram acusados de assassínio em Janeiro, cinco meses depois do crime. O pequeno Ali Saad, de 18 meses, morreu imediatamente no incêndio. Os pais, Riham e Saad, morreram mais tarde devido às graves queimaduras. Ahmad foi o único sobrevivente da família.
Segundo o grupo israelita de defesa dos direitos humanos Yesh Din, mais de 85% das investigações de violências cometidas por colonos israelitas contra palestinos são encerradas sem acusação; somente 1,9% das queixas apresentadas por palestinos contra-ataques de colonos israelitas resultam em condenação.
Os ataques de colonos são muitas vezes realizados sob a protecção armada de forças israelitas, que raramente se esforçam por proteger os palestinos desses ataques.
Mais de 500.000 israelitas vivem em colonatos só para judeus em Jerusalém Oriental ocupada e na Margem Ocidental, em violação do direito internacional. Recentemente o governo israelita anunciou a expansão dos colonatos.
Segundo o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), em 2015 foram assinalados 221 ataques de colonos contra palestinos e os seus bens na Margem Ocidental e em Jerusalém Oriental ocupada.
 
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