Ahmad Abu Fara e Anas Shadid, em greve da fome há 86 dias, correm perigo de vida

Os presos palestinos Ahmad Abu Fara e Anas Shadid correm perigo de vida e foram ameaçados de alimentação forçada após uma audiência no Supremo Tribunal de Israel na manhã de domingo, 18 de Dezembro. Após 86 dias de greve de fome, Abu Fara, de 29 anos, e Shadid, de 19, estão detidos no hospital Assaf Harofeh. Nos últimos 5 dias, por sua vontade, também não consomem água, após o seu último apelo ao Supremo Tribunal ter sido rejeitado.
Ambos estão em detenção administrativa «suspensa», que voltará a ser imposta se eles terminarem a greve e a sua saúde melhorar. Encontram-se em greve da fome desde 25 de Setembro, em protesto contra a sua detenção sem julgamento nem culpa formada. São dois dos mais de 700 palestinos presos pela ocupação israelita em regime de detenção administrativa: sem julgamento nem culpa formada, sem sequer conhecerem aquilo de que são acusados, sem possibilidade de defesa, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis.
O médico palestino Mohammed Jadallah visitou-os no hospital Assaf Harofeh e emitiu um relatório na noite de sábado, 17 de Dezembro, afirmando que as próximas horas seriam críticas para a vida dos dois jovens grevistas da fome. Podem já ter perturbações renais permanentes e têm as pernas a atrofiar-se. Sofreram também danos no coração, visão, boca e faringe. Sofrem de dores agudas em todo o corpo.
Issa Qaraqe, da Comissão de Assuntos dos Presos Palestinos, informou que o Supremo Tribunal israelita sugeriu à acusação militar que Shadid e Abu Fara sejam alimentados à força. A «Lei para a prevenção de danos causados por grevistas da fome» foi confirmada pelo Supremo Tribunal de Israel em Setembro, o que viola as normas internacionais de ética médica e de direitos humanos.
Até agora os médicos recusaram-se a aplicar aos grevistas da fome a alimentação forçada por meio de sonda nasogástrica; no entanto, eles têm sido objecto de alimentação e tratamento forçados por via intravenosa.
Também em greve de fome encontram-se Ammar Hmour (há 29 dias), em protesto contra a sua própria detenção administrativa, e Kifah Hattab (há 25 dias), exigindo ser reconhecido como prisioneiro de guerra.
 
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