Ahed Tamimi presa há 3 meses, tribunal militar israelita rejeita recurso para julgamento público

Passaram-se três meses desde que Ahed Tamimi, que completou 17 anos já na cadeia, foi presa pelas forças de segurança israelitas. A jovem activista palestina tornou-se conhecida por ter participado em numerosas marchas e manifestações na sua aldeia, Nabi Saleh, para protestar contra a ocupação israelita.
Ahed Tamimi é uma das 350 crianças e adolescentes, de um total de 6500 presos palestinos, actualmente nas cadeias israelitas.
Ahed foi presa pelas forças de ocupação após a publicação nas redes sociais de um vídeo em que era vista a esbofetear um soldado israelita armado que procurava entrar na sua casa. Pouco antes deste episódio o seu primo Mohammed, de 15 anos, tinha sido baleado na cabeça por soldados israelitas, ficando em estado muito grave.
Ahed Tamimi foi detida a 19 de Dezembro e está presa na cadeia de Ofer, perto de Ramala. Contrariando o requerimento da sua advogada, o tribunal militar (a Cisjordânia encontra-se sob a lei militar) que a vai julgar recusou que ela aguardasse em liberdade o julgamento.
Por outro lado, o jornal israelita Haaretz informou hoje que o tribunal militar de recurso rejeitou o requerimento de Ahed para que o julgamento se realizasse em sessões abertas, apesar de na semana passada o procurador militar ter declarado que não se opunha a um julgamento público.
Ahed enfrenta 12 acusações no tribunal militar, todas eles relacionadas com a sua actividade de resistência à ocupação e colonização da Palestina.
O B'Tselem (Centro de Informação Israelita para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados) recordou recentemente que no sistema de «justiça» israelita nos territórios ocupados, «os juízes e procuradores são sempre militares, os réus são sempre palestinos e a taxa de condenações é de quase 100%».
 
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